Titi Müller retoma programa e foca dicas de viagens seguras na pandemia

‘Medo o tempo todo’, afirma sobre gravar Anote Aí, do Multishow

Apresentadoras do programa Acesso MTV, Titi Muller e Marimoon. Folhapress/Mateus Bruxel – 29.out.2010

Por F5

Mariana Arrudas

SÃO PAULO

Após aceitar o desafio de produzir em segurança uma nova temporada do programa Anota Aí, a apresentadora Titi Müller, 34, traz uma variedade de “escapadinhas” turísticas brasileiras para trazer “um respiro desses últimos tempos que estamos precisando, em todos os sentidos”. Os novos episódios estreiam nesta sexta (27), às 18h no Multishow.

“[Foi] uma temporada que gravamos com medo o tempo todo, mas, mais do que medo, tivemos coragem”, pontua Müller. Ela diz que para realizar a 8ª temporada do programa contou com uma equipe reduzida, de quatro pessoas e um enfermeiro, para poder realizar periodicamente os testes de Covid-19.

Müller afirma que precisou se preparar muito e teve receio de pegar voos, por exemplo. Ela e sua equipe procuraram mostrar opções de passeio sempre em áreas externas, e em dias sem aglomerações. “Se o telespectador que anotou a dica e foi conferir se deparar com um lugar cheio, não pense duas vezes em dar meia volta e tentar outro dia”, alerta.

Em entrevista ao F5, Müller comenta que o programa tem uma dinâmica diferente de outros sobre viagens, como o Vai Pra Onde? (Multishow). “São 80 pautas por temporada, 10 por episódio em oito episódios. Eu não conseguia imaginar muito como faríamos isso em segurança.”

“Foi uma pré-produção com bastante angústia”, explica. A apresentadora diz que nesta temporada reforçou a importância do uso de máscara e do distanciamento social, e, além disso, também tocou em assuntos revelantes como feminicídio, ataques aos indígenas, aquecimento global e desmatamento. “Eu precisava muito falar”, conta, “cada lugar era um desabafo diferente sobre questões diferentes”.

Müller afirma que trouxe os temas de forma leve, mas que não poderia deixar de tocar nos assuntos sérios que vêm acontecendo ultimamente. “Seria muito bizarro e até ridículo agirmos como se nada tivesse acontecendo”, afirma. “Foi um descarrego mesmo”, completa ela, sobre a importância de voltar ao trabalho.

No entanto, ela comenta que foi muito difícil sair de casa e ficar longe de seu filho Benjamin. A apresentadora diz que respeita o isolamento social, e até então evitava ir até mesmo a restaurantes e receber visitas em casa. “Estou vivendo a pandemia de forma bem reclusa e mantendo distanciamento o máximo que posso.”

O isolamento social ainda a ajudou “mergulhar profundo na maternidade”, afirma ela, que pôde acompanhar cada etapa do desenvolvimento do primeiro ano de Benjamin, apesar de terem tido algumas mudanças nos planos, como a família conhecê-lo mais tarde do que o desejado. “É uma bolha de amor dentro de casa”, completa.

Apesar disso, Müller acabou anunciando, na última semana, a separação do músico Tomás Bertoni, 27, membro da banda Scalene, com quem estava desde 2019. A forma sincera com quem ela fez o anúncio e a amizade e parceria que os dois demonstraram chamou a atenção dos fãs. “É um desserviço eu, enquanto pessoa que alcança várias outras contas, mostrar qualquer coisa que não fosse a verdade do que eu estou vivendo.”

Ela explica que a separação não quer dizer que o relacionamento deu errado, e completa dizendo que “não acabou, o Tomás é pai do meu filho para sempre e vamos ter essa relação para sempre, então é uma relação que está dando certo”, reflete. “O nosso casamento chegou ao fim, mas a relação segue.”

Müller afirma que sente a necessidade de publicar assuntos reais em suas redes, e isso se aplica em todas as esferas de sua vida. Desde fotos de seu filho para suavizar a Internet, até os “looks do dia” sempre com máscara para conscientizar seus seguidores da importância de usá-las. “Nossa régua do que é absurdo, intolerável e repugnante teve uma elasticidade ao longo desses últimos anos.”

A artista diz que vê a sociedade brasileira em estado anestésico, para além de questões políticas. “Não falando só do nosso governo e pessoas específicas que sabemos serem um problema aqui”, diz, “[mas também] em relação ao que não volta mais”. Ela cita questões ambientais, climáticas e sociais.

“Ficou muito claro que ou acabamos com o mundo, ou repensamos o consumo e o próprio capitalismo, ou ele acaba conosco. É o que está acontecendo”. A artista afirma que apesar de existirem pequenas ações que podem ser feitas, as mudanças estão nas mãos de “grandes empresas, bilionários. São pouquíssimas pessoas com riqueza e fortuna suficiente”.

Apesar disso, para o futuro, ela diz ser otimista. “Tenho certeza que as pessoas vão poder viajar junto e planejar os próximos destinos, em breve. É o que mais esperamos… Que todos possam fazer tudo isso com segurança e sem máscara.”

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