Biden promete mais ataques contra Estado Islâmico e alerta para novos atentados

Departamento de Defesa americano confirma que começou retirada de tropas que trabalhavam na saída dos civis

O presidente dos EUA, Joe Biden, faz comentários sobre o Afeganistão, na Sala Leste da Casa Branca em Washington, EUA, em 26 de agosto de 2021. REUTERS / Jonathan Ernst

Por Folhapress

SÃO PAULO

Após os EUA matarem dois membros do Estado Islâmico que planejaram o atentado que deixou quase 200 mortos em Cabul, o presidente Joe Biden prometeu novos ataques contra o grupo terrorista islâmico e alertou que a situação ainda é “extremamente perigosa” no Afeganistão.

“Esse ataque não foi o último. Vamos continuar a caçar qualquer pessoa envolvida nesse odioso atentado e fazê-los pagar”, declarou o democrata, em pronunciamento neste sábado (28). Mais cedo, o Departamento de Defesa americano esclareceu que o ataque com drones matou dois arquitetos do atentado de quinta (26) e deixou ferido um terceiro integrante da célula afegã do grupo terrorista, EI-Khorasan.

“Posso confirmar que dois alvos do alto escalão do Estado Islâmico foram mortos, um foi ferido, e não sabemos de nenhuma vítima civil”, disse o general Hank Taylor, sobre a operação realizada na madrugada deste sábado (horário local) numa região montanhosa perto da fronteira com o Paquistão.

Biden também alertou sobre novas ameaças. “Nossos comandantes me informaram que é muito provável [que haja] um ataque nas próximas 24 horas a 36 horas. Eu determinei que tomem toda medida possível para priorizar a proteção das forças.”

Na noite deste sábado, a embaixada dos EUA em Cabul emitiu novo alerta para que cidadãos americanos deixem imediatamente a área do aeroporto, incluindo o portão sul, o novo Ministério do Interior e a entrada próxima ao posto de gasolina Panjshir, e evitem ir até o local devido a uma “ameaça específica e crível”.

Na noite desta sexta (27), a representação diplomática já havia orientado os americanos a evitarem o Aeroporto Internacional Hamid Karzai —onde o atentado reivindicado pelo Estado Islâmico matou cerca de 170 afegãos, entre os quais 28 membros do Talibã, e 13 militares americanos, além de deixar outros 200 feridos.

O aeroporto, que tem reunido multidões desesperadas para deixar o país desde que o Talibã retomou o poder, tinha quase todos os portões fechados neste sábado, e poucas pessoas conseguiam acesso. Os pequenos grupos que ainda podem conseguir embarcar estão sendo submetidos a um rigoroso processo de checagem, pelo risco de novos ataques.

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Os EUA têm corrido contra o tempo para concluir a operação de retirada até a próxima terça (31), prazo estipulado por Biden. O Pentágono afirmou que os militares também começaram a deixar o país, após duas semanas trabalhando no embarque de voos superlotados de americanos, aliados e afegãos com medo do novo governo nas mãos do grupo fundamentalista.

Segundo o presidente americano, aproximadamente 117 mil pessoas já deixaram o Afeganistão.

Enquanto centenas de milhares de pessoas ainda tentam escapar, o porta-voz do Talibã afirmou à agência Reuters, também neste sábado, que o grupo prepara um novo gabinete de governo para enfrentar as turbulências econômicas que assolam o país —há forte alta de preços de alimentos, e os bancos seguem fechados desde a tomada do poder.

Zabihullah Mujahid condenou o ataque americano contra os membros dos Estado Islâmico, no que chamou de “claro ataque em território afegão”.

Mas apelou aos Estados Unidos e a outros países ocidentais para que mantenham as relações diplomáticas com Cabul depois da saída completa do país.

Com Reuters

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