Integrante da Assembleia Nacional das Pessoas com Deficiência da Ucrânia fala ao blog Vencer Limites sobre a guerra os esforços para retirar a população com deficiência das áreas de conflito.
Por Estadão
“A situação é particularmente grave em comunidades onde pessoas com deficiência, juntamente com outros civis, tornaram-se reféns. As tropas russas não permitem que eles saiam e as usam como escudo humano em suas hostilidades militares”, afirma Larysa Bayda, integrante da Assembleia Nacional das Pessoas com Deficiência da Ucrânia (Національна Асамблея людей з інвалідністю України – HAIY), em entrevista exclusiva ao blog Vencer Limites.
Segundo a ativista, o acesso à internet é bastante limitado e a página da instituição está bloqueada, o que impede a atualização de informações. “Estou em extensa correspondência com vários países sobre paz e ajuda humanitária para pessoas com deficiência”, diz.
Bayda conta que, nesta sexta-feira, 4, houve vários bombardeios à Kiev, uma escola foi atingida em Zhytomyr e um grupo de crianças cegas foi retirado de Kharkiv.
“Um operador de telecomunicações ucraniano desapareceu em Kherson, os acessos estão cortados, cidades vizinhas estão sem água, comida e remédios. As pessoas não podem sair”, comenta.
Larysa Bayda afirma que há trens gratuitos saindo de Kiev e pessoas com deficiência, mulheres e crianças podem viajar para a fronteira dos países que acolhem refugiados ucranianos.
“Nas cidades e vilas que são menos bombardeadas, as organizações instalaram abrigos para receber pessoas com deficiência de outras comunidades”, completa.
Na China – Nesta sexta-feira, 4, primeiro dia dos Jogos Paralímpicos de Inverno, em Pequim, o presidente da Assembleia Nacional das Pessoas com Deficiência da Ucrânia, Valery Sushkevich, fez um discurso sobre a situação no país.
“Nosso objetivo, nossa missão aqui, no evento esportivo mais importante do mundo neste momento, é unir, mobilizar o mundo inteiro para parar a guerra na Ucrânia. Estamos trabalhando nessa direção a cada minuto. Hoje, a Ucrânia é o mundo inteiro e o mundo inteiro é a Ucrânia”, disse Sushkevich.