Como manda a regra da estatal, colegiado incluirá como conselheiro o próximo presidente da Petrobras, José Mauro Coelho; representantes de minoritários querem uma vaga a mais no colegiado
Por Estadão
Depois de muita polêmica após a demissão do general Joaquim Silva e Luna pelo presidente Jair Bolsonaro, seguida da desistência do consultor Adriano Pires e do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, de assumirem o cargo de presidente e presidente do conselho da Petrobras, respectivamente, a estatal fará nesta quarta-feira, 13, sua assembleia que definirá seu próximo colegiado. Depois de muito tumulto envolvendo as indicações, dessa vez não são esperadas surpresas.
Um dos pontos centrais do encontro dos acionistas é que, na ocasião, será eleito como membro o próximo presidente da estatal. O indicado é José Mauro Coelho, ex-secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia. Pelo estatuto da companhia, o presidente executivo, para poder ser indicado ao cargo, precisa ser um membro do Cconselho. Como Coelho tem experiência no setor e é um nome dado considerado técnico, sua indicação não vem enfrentando resistências
No lugar de Landim, o indicado para presidir o conselho de administração é Marcio Weber, indicado pela União e que já ocupa uma cadeira do colegiado desde o ano passado. O governo indicou ainda os nomes de Sonia Villalobos, Ruy Schneider e Murilo Marroquim, também já presentes no conselho. Entre os “novatos” indicados pelo acionista controlador estão Carlos Lessa Brandão e Eduardo Karrer.
No novo pleito são candidatos pelos minoritários o advogado Marcelo Gasparino, Pedro Medeiros, Rodrigo Mesquita Pereira, Marcelo Mesquita, Ana Horta, Francisco Petros e Juca Abdalla – o último é um dos maiores investidores individuais da petroleira,. Desse grupo, Gasparino, Pereira e Mesquita já pertencem ao conselho, assim como Rosangela Torres, escolhida pelos trabalhadores. O objetivo dos minoritários é aumentar sua participação no grupo de três para quatro representantes.
Voto múltiplo e de acionistas estrangeiros
Acionistas solicitaram à estatal que fosse utilizado na eleição o sistema de voto múltiplo. Nesse modelo, cada ação dá o direito a tantos votos quantos forem os membros do conselho, e o acionista tem o direito de direcioná-los a apenas um candidato ou distribui-los entre vários. Neste ano, ao contrário do pleito de 2021, houve um ajuste no boletim de voto a distância, que irá computar os votos dos investidores estrangeiros também pelo método do voto múltiplo.
No ano passado, sob a alegação de que a contagem dos votos dos estrangeiros não foi realizada corretamente, o conselheiro Gasparino chegou a renunciar ao cargo, o que obrigou a Petrobras a chamar nova assembleia para a eleição. Gasparino, que concorre novamente, foi eleito.
O sistema de voto múltiplo foi criado para dar mais chances aos minoritários de ter representantes em conselhos de administração e pode ser requerido quando acionistas detentores de 5% do capital pedem a adoção da regra. Já o boletim de voto a distância é uma ferramenta criada há poucos anos e foi pensado com o objetivo de facilitar a participação de mais investidores em assembleias de empresas de capital aberto.