Ex-presidente divulgou carta de 12 páginas em que classifica comitê do Congresso de ‘tribunal ilegal’ e reafirmou que havia ‘sinais claros de atividade criminosa’ nas eleições de 2020
Por Estadão
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, classificou como um “deboche da justiça” as investigações realizadas pelo comitê do Congresso americano que investiga os ataques ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
Em uma carta de 12 páginas – primeira reação significativa de Trump às conclusões do comitê -, o ex-presidente disse que, em vez de se concentrar nos problemas do país, o painel é um “tribunal ilegal” que “procura distrair o povo americano da grande dor que sentem”.
“A verdade é que os americanos apareceram em grande número em Washington em 6 de janeiro de 2021, para responsabilizar seus funcionários eleitos pelos sinais claros de atividade criminosa ao longo da eleição”, acrescentou.
Após ser derrotado nas urnas em uma eleição certificada pelas instituições americanas, Trump passou a defender a tese batizada de “Grande Mentira”, de que a eleição foi fraudada.
Pessoas do círculo íntimo de Donald Trump, incluindo seu genro e articulados político Jared Kushner, depuseram ao comitê na segunda-feira, 13, e afirmaram que não havia evidências críveis de que a eleição havia sido roubada, mas que foram ignorados e ridicularizados pelo ex-presidente, enquanto ele persistia nas alegações infundadas.
O ex-procurador-geral William Barr fez algumas das avaliações mais duras sobre a obsessão do ex-presidente sobre a alegação de fraude eleitoral. Em um depoimento gravado, também divulgado na segunda, Barr disse que Trump havia se “desligado da realidade” ao pressionar o Departamento de Justiça para investigar alegações de fraude.
“Ele se distancia da realidade se realmente acredita nessas coisas”, disse Barr.
A comissão, composta por sete deputados democratas e dois republicanos, investiga há cerca de um ano a responsabilidade de Trump no ataque ao Capitólio por seus apoiadores.
Em duas audiências públicas, os legisladores tentaram provar que o magnata estava no centro de uma “tentativa de golpe de Estado” ao incentivar seus apoiadores a invadir a sede do Congresso.
Quatro outras audiências devem acontecer até 23 de junho./ AFP, WPOST E NYT