‘Não falo da boca para fora’, diz presidente em conversa com apoiadores; TSE defende lisura do processo eleitoral
Por Estadão
BRASÍLIA – Sem oferecer evidências, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira, 12, que pode provar que venceu as eleições de 2018 no primeiro turno. Naquele ano, Bolsonaro foi eleito presidente da República no segundo turno com 55,13% dos votos válidos, ao derrotar Fernando Haddad (PT), com 44,87%.
“Vamos mostrar 2014… Eleição de 2018, onde eu ganhei no primeiro turno. Eu falo isso não dá boca para fora, tenho como provar”, afirmou o chefe do Executivo a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. No primeiro turno, Bolsonaro obteve 46,03%, ante 29,28% de Haddad.
No ano passado, Bolsonaro chegou a fazer uma live nas redes sociais para supostamente apresentar provas de fraudes nas eleições. Ele exibiu vídeos que circulam nas redes sociais com supostas irregularidades rejeitadas pela Justiça, mas não exibiu as provas prometidas.
O presidente já disse reiteradas vezes que irá provar que ganhou a disputa em 2018 no primeiro turno. Mas jamais apresentou evidências disso. O discurso de Bolsonaro reacende a estratégia de colocar em xeque o sistema eleitoral brasileiro a menos de três meses da eleição. O TSE, por diversas vezes, defendeu a lisura do processo eleitoral. Desde 1996, não foi encontrada evidências de fraudes desde que a urna eletrônica foi adotada.
A Polícia Federal chegou a apurar se o presidente cometeu crime ao comentar, durante a live, investigação de ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que corria sob sigilo, mas decidiu pela inocência do presidente.
Na semana passada, Bolsonaro afirmou que vai apresentar a embaixadores supostas irregularidades no sistema eleitoral brasileiro. Até o momento, segundo apurou o Estadão/Broadcast nesta manhã junto a fontes do Ministério de Relações Exteriores, não há data para o encontro.
A oposição acusa Bolsonaro de, ao insistir sem provas na tese de falta de lisura do sistema eleitoral, preparar o terreno para tentar “melar” as eleições em caso de derrota para o ex-presidente Lula, arquirrival do governo e hoje líder nas pesquisas de intenção de voto.