Treinador ressalta identidade do time e quer futebol ofensivo, mesmo diante de um adversário bastante técnico
Estadão
ENVIADO ESPECIAL A DOHA (CATAR) – O duelo do Brasil com a Croácia pelas quartas de final da Copa do Mundo do Catar promete ser o mais difícil até aqui, mas isso não deverá fazer a seleção mudar sua forma de atuar. Nesta quinta-feira, véspera da partida que poderá colocar a equipe de volta a uma semifinal de Mundial, o técnico Tite e o auxiliar Cléber Xavier ressaltaram que a seleção brasileira tem uma forma de jogar, e ela será mantida mesmo diante de adversários mais fortes.
Atual vice-campeã mundial, a Croácia tem uma equipe com jogadores mais experientes e com um meio de campo mais cadenciado. Ele é encabeçado por Luka Modric, eleito o melhor jogador do mundo há quatro anos. Tite é admirador de seu futebol.
Mesmo com essas características, o treinador afirmou que o Brasil vai seguir jogando da forma que sabe: com alegria. “É a identidade do futebol brasileiro, não sou eu, é a geração que surgiu agora, são os técnicos de base que formaram esses atletas. Nós damos confiança para que eles possam produzir o seu melhor. É a nossa característica”, comentou Tite.
“Tem que ter coragem para jogar desta forma, mesmo correndo riscos e de a carne ser cortada. E eu já vivi isso. Esse é o futebol que eu acredito, mesmo que na frente tenha carne cortada se não for campeão. Mas é para frente, é nisso que acreditamos”, continuou.
O auxiliar Cléber Xavier concordou. “A nossa forma de dar ritmo não é só com a posse, de fazer a bola circular mais rápido e verticalizar. É também dar densidade de marcação. Com bons jogadores, com um bom trio de meio onde passa o jogo da Croácia, a gente vai fazer a mesma marcação de outros jogos. É o nosso jeito de jogar, independente de (a Croácia) ser experiente ou não ser experiente, de ter jogadores de muita qualidade. A gente tem que manter o nosso jogo. A gente sabe como eles funcionam, mas a gente vai manter nosso jogo”, ponderou.
Em tese, a Croácia vai para o jogo das quartas de final mais cansada. Isso, no entanto, não parece ser um problema para os europeus, que têm histórico de prorrogações. Nas oitavas, o time se classificou apenas nos pênaltis. Há quatro anos e meio, na campanha que levou a equipe à final da Copa do Mundo da Rússia, os croatas disputaram três prorrogações e duas disputas por pênaltis.
“Há uma qualidade técnica individual e coletiva, há uma resiliência, persistência. Para chegar ao alto nível isso é preciso”, elogiou Tite, sobre o adversário. “Mas meu foco é repetir o padrão e fazer um jogo de excelência da seleção brasileira. Aí, quem for melhor, vai passar.”