Antiviral só poderá ser comercializado com retenção da receita e é indicado para adultos infectados com risco de agravamento da doença; tratamento custará R$ 1,7 mil, diz fabricante
Estadão
A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quinta-feira, 22, a venda do medicamento molnupiravir em farmácias e hospitais privados do País. O antiviral da fabricante MSD é usado no tratamento contra a covid-19.
A decisão foi unânime e prevê que a venda em farmácias seja realizada com retenção de receita, com uma via da Receita de Controle Especial retida no estabelecimento e orientação do farmacêutico ao paciente sobre o uso correto do medicamento, que será vendido sob o nome comercial de Lagevrio.
O remédio é indicado para o tratamento da covid-19 leve à moderada em adultos com infecção confirmada e risco de agravamento da doença, incluindo risco aumentado de hospitalização ou morte. O medicamento deve ser administrado assim que possível, após o resultado positivo do teste e avaliação médica e no prazo de cinco dias após o início dos sintomas.
A Anvisa ressalta que o molnupiravir não está autorizado para tratamento de pacientes com menos de 18 anos, doentes já hospitalizados com covid-19 nem deve ser usado como prevenção da covid. O medicamento também não deve ser usado por mulheres gestantes porque pode causar danos ao feto. A droga não deve ser tomada por mais de cinco dias consecutivos.
A fabricante MSD afirmou que o medicamento estará disponível “entre janeiro e fevereiro em hospitais, clínicas oncológicas e farmácias que já manifestaram interesse em adquirir o produto”. Disse ainda que o custo médio do tratamento será de R$ 1,7 mil por paciente.
Em nota, o diretor da Unidade de Negócios de Infectologia da MSD, Mário Ferrari, afirmou que a chegada do medicamento poderá beneficiar pacientes com risco de agravamento de covid, como “imunodeprimidos, com câncer ativo ou outras doenças”.
De acordo com a Anvisa, a aprovação “levou em consideração a venda do medicamento ao mercado privado em outros países com autoridades internacionais de referência, como Estados Unidos, Japão e Reino Unido”. A medida também considerou, de acordo com a agência, o cenário epidemiológico atual, com a circulação das novas subvariantes da Ômicron e o aumento de casos da doença no País.
O medicamento teve seu uso emergencial aprovado no Brasil em 4 de maio. Pela decisão da Anvisa, ele será comercializado com o rótulo em inglês, mas com a entrega de bula e folheto informativo em português.