Alexandre suspende trechos da nova Lei de Improbidade Administrativa

Em decisão provisória, ministro do STF derruba artigos que impediam perda da função para políticos que trocassem de cargo e determinavam arquivamento automático de ações de improbidade em caso de absolvição na esfera penal

Decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ainda vai passar pelo crivo do plenário

Estadão

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu trechos da nova Lei de Improbidade Administrativa, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em outubro do ano passado.

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A reforma na legislação, que tornou mais restritas as possibilidades de punição a políticos condenados por improbidade, sofreu forte oposição de órgãos de investigação. A ação em questão é movida pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp).

A decisão é provisória a ainda vai passar pelo referendo dos demais ministros do Supremo Tribunal Federal.

Moraes suspendeu o trecho que limitava a perda de função pública aos casos em que o gestor público ainda estivesse no mesmo cargo. Ele disse que a previsão “exime” os políticos de punição “simplesmente em razão da troca de função ou da eventual demora no julgamento da causa”.

O ministro também derrubou o dispositivo que impedia a punição de partidos políticos e federações partidárias processados por desvio de recursos. Ele defendeu que as fundações partidárias não podem receber “tratamento diferenciado”.

Outro trecho suspenso foi o que enterrava automaticamente a ação de improbidade se os réus fossem absolvidos sobre as mesmas acusações na esfera criminal, o que na avaliação do ministro viola a autonomia das instâncias da Justiça.

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