Helicóptero cai e deixa quatro mortos na zona oeste de São Paulo

Vítimas eram piloto e três amigos que voltavam de almoço em Guarujá, no litoral; aeronave de táxi aéreo caiu na Barra Funda

Bombeiros observam pedaço da fuselagem do helicóptero, que caiu no bairro da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, deixando quatro mortos – Danilo Verpa/Folhapress

Folha de São Paulo

Quatro pessoas morreram na queda de um helicóptero no bairro da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista. A aeronave PR-PGC, que pertencia à empresa Helimarte Táxi Aéreo, caiu por volta das 14h35 desta sexta-feira (17).

Duas das quatro vítimas eram colegas em uma empresa da área de produção de eventos. Eles trabalhavam na cidade de São Paulo e tinham ido a Guarujá para um almoço particular, segundo a Mirage Group Brasil, que confirmou a morte dos funcionários. O voo seguia da cidade da Baixada Santista para o heliporto do Campo de Marte, em Santana, na zona norte.

O designer Caio Lucio de Benedetto Moreira, 30, coordenava a equipe de produção gráfica e as mídias sociais do grupo desde setembro do ano passado. O administrador Antonio Cano dos Santos Junior, 42, era diretor administrativo e financeiro do Mirage Group, onde trabalhava desde 2018.

Eles estavam acompanhados de um amigo, Wellington Roberto Palhares, 28. A quarta vítima é o piloto João Intorne Neto, 32. Os nomes e as idades foram confirmados pela polícia.

O coronel Carlos Alberto de Camargo Jr, dos bombeiros, crê que o piloto buscou o local na tentativa de um pouso em um ambiente aberto.

Os bombeiros enviaram nove viaturas para fazer o atendimento.

A queda ocorreu na altura do número 500 da rua James Holland, na esquina da Padre Luís Alves Siqueira. O local fica atrás do Atacadão e próximo ao cruzamento entre as avenidas Abrahão Ribeiro e Norma Pieruccini Gianotti.

O imóvel onde a aeronave caiu está abandonado e possui uma placa indicando que a área está em tramitação para futuro empreendimento de interesse social.

Segundo o Corpo de Bombeiros, não houve reporte de problemas à torre de comando do aeroporto. Antes de cair dentro de uma empresa, a aeronave, modelo Robinson 44 Raven II, fabricada em 2007, colidiu contra um coqueiro e pedaços ficaram espalhados pela rua, como um fone de ouvido, fuselagem e um tênis. Não houve explosão. Uma parte da hélice ficou presa entre os galhos da árvore.

Uma peça foi parar no teto de um estabelecimento abandonado a cerca de 100 metros do local, na rua dos Americanos.

“Estava no farol olhando para o helicóptero. Ele deu uma guinada e de repente a hélice parou. Ele despencou como chumbo”, disse o propagandista Weber Boppré, 63.

O advogado da Helimarte Táxi Aéreo, Sergio Gegers, disse que a empresa vai prestar apoio aos investigadores e às famílias dos mortos. Ele ainda confirmou que o piloto não reportou qualquer problema durante o percurso.

O helicóptero prefixo PR-PGC estava regularmente cadastrado na Anac (Agência Nacional de Avião Civil). De acordo com a base de dados da agência, a aeronave possui o CVA (Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade) ativo e com validade até 8 de dezembro deste ano.

Técnicos da Defesa Civil fizeram vistoria no local logo depois do acidente e disseram que não houve danos a imóveis, já que o helicóptero colidiu contra o coqueiro. A Polícia Militar isolou a área para evitar a presença de curiosos.

No fim da tarde, técnicos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e da Polícia Científica estiveram no local para tentar descobrir a causa do acidente.

No dia 5 de agosto do ano passado, um helicóptero caiu no bairro do Jaraguá, na zona norte de São Paulo, deixando dois mortos.

O bimotor modelo Agusta A109-E, prefixo PP-JMA, da Majam Participações Ltda, teria saído do aeroporto de Congonhas, mas seu destino não foi divulgado.

E no dia 19 de outubro, outro helicóptero caiu no parque que fica entre as avenidas Túlio Teodoro de Campos e Jornalista Roberto Marinho, na região do Jabaquara, zona sul de São Paulo.

Esse acidente deixou duas pessoas feridas. O piloto da aeronave, de 51 anos, que sofreu traumatismo craniano e foi transportado pelo helicóptero Águia da PM até o Hospital das Clínicas. E um mecânico de 38 anos, que foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) com fraturas nas pernas e braços.

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