Retorno de Bolsonaro coloca Brasília sob ‘alerta vermelho’ por trauma do 8 de janeiro

Previsão de 10 mil bolsonaristas na recepção ao ex-presidente levou PF e governo do DF a classificarem chegada como um evento de alto risco

O ex-presidente Jair Bolsonaro em evento na Flórida Joe Raedle/AFP

O GLOBO

O trauma provocado pelos atentados bolsonaristas no 8 de janeiro, que deixaram um rastro de destruição nas sedes dos três poderes, foi um fator preponderante no desenho do esquema especial da Polícia Federal (PF) e do governo do Distrito Federal para o retorno de Jair Bolsonaro ao Brasil, programado para a próxima quinta-feira (30).

O departamento de inteligência do GDF estimou que o número de bolsonaristas presentes na recepção ao ex-presidente poderia chegar a 10 mil, o que ampliou a tensão entre as autoridades. Por isso, a chegada de Bolsonaro foi considerada um evento de alto risco. A conjuntura levou a PF e o governo distrital a colocarem a capital federal em “alerta vermelho”.

Neste nível de protocolo, barreiras serão instaladas na Esplanada dos Ministérios e nos arredores dos principais prédios públicos de Brasília.

Será a primeira vez que Bolsonaro pisará em solo nacional desde o dia 30 de dezembro, quando deixou o país rumo aos Estados Unidos antes do término de seu mandato e, por consequência, da posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

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Além das precauções tomadas no âmbito do DF, o próprio roteiro de Bolsonaro após aterrissar no aeroporto internacional de Brasília em um voo comercial foi restringido pela PF. Como mostramos nesta quarta-feira, o ex-presidente deverá sair do local sem entrar em contato com apoiadores.

A aliados, Bolsonaro disse enxergar uma “armação” do governo Lula para melar sua recepção. Ele planejava reeditar as cenas de multidões de apoiadores em aeroportos que marcaram sua pré-campanha presidencial em 2017 e 2018, bem como seu governo, para explorá-las como um suposto termômetro de sua popularidade.

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