Único a buscar o gol, time tricolor é premiado pela insistência e jogará pelo empate no Allianz Parque, semana que vem, para avançar às semifinais
Estadão
Um golaço de Rafinha decidiu o Choque-Rei desta quarta-feira, no Morumbi, e pôs o São Paulo em vantagem nas quartas de final da Copa do Brasil. O time tricolor dominou o Palmeiras e foi premiado pela insistência ao ganhar o clássico por 1 a 0. Foi a equipe a única a procurar o gol na noite desta quarta-feira e a única a encontrar.
O veterano lateral-direito fez seu primeiro gol na temporada e um dos mais importantes para o São Paulo no ano. Perto do fim da partida, saiu de seus pés um potente chute que desviou no zagueiro Luan e morreu no ângulo de Weverton. Àquela altura, o Palmeiras estava satisfeito com o empate, já que foi somente para isso que jogou.
O time de Dorival Júnior dominou a maior parte do Choque-Rei, teve grande volume de jogo e finalizou muito, ainda que pouco em direção ao gol. Quando o fez, tinha um zagueiro para tirar ou Weverton para salvar a equipe alviverde. Se Calleri, “escondido” até a escalação revelar sua presença, no sacrifício devido a dores nas costas, não conseguiu resolver os problemas ofensivos do São Paulo, Rafinha o fez.
Com três zagueiros, o Palmeiras apenas se defendeu. Não quis mais nada além de bloquear as investidas são-paulinas e, se desse, armar contra-ataques. Se ninguém falou antes e falará depois do clássico, poucos palmeirenses também jogaram um bom futebol no Morumbi, sobretudo as estrelas Dudu e Endrick, substituídos no segundo tempo. Desta vez, a comissão técnica não tem razões para reclamar da arbitragem, que não influenciou no resultado. Ele poderia ser mais elástico até a favor dos anfitriões.
Escalado com três zagueiros, sem Rony, machucado, e armado para contra-atacar, o Palmeiras só controlou o jogo até os 20 minutos. Levou, porém, pouco perigo. A criação palmeirense sempre teve origem no lado direito, com Mayke. Um cabeçada do baixinho Dudu e uma finalização de Richard Ríos, de fora da área, foram o que de melhor a equipe de Abel Ferreira produziu.
O português, aliás, não esteve na área técnica de novo porque está suspenso. O igualmente explosivo João Martins substituiu o chefe pelo segundo jogo seguido. Desta vez, porém, não falará com a imprensa, já que o clube decidiu optar pelo silêncio – não se sabe até quando – sob a justificativa de proteger os atletas e a comissão técnica após o racha com a CBF, segundo a presidente Leila Pereira.
Passada metade do primeiro tempo, foi o São Paulo que passou a dominar o duelo. Os anfitriões ocuparam o campo de ataque e criaram os dois lances mais perigosos dos 45 minutos iniciais. Calleri teve a mais preciosa das chances em seus pés. Lançado em profundidade, ele deu um chapéu em Weverton, mas errou na hora de concluir o que seria um golaço. Depois, Wellington Rato, da intermediária, fez o goleiro palmeirense trabalhar.
Todo o segundo tempo foi dominado pelo São Paulo, o único a procurar jogar bola nos 45 minutos finais. O time de Dorival insistiu pelos dois lados, fez Weverton trabalhar mais vezes e perdeu um gol impressionante com Wellington Rato, que viu Luan tirar a bola antes de ela entrar. Mas a insistência são-paulina foi premiada.
Rafinha marcou seu primeiro gol em 2023 e decidiu o clássico com uma pintura. Ele bateu de fora da área e contou com o desvio de Luan para acertar o ângulo de Weverton aos 36 minutos, no momento em que a impressão era de que o empate perduraria até o fim e a torcida estava impaciente com tantas chances perdidas.
Os rivais voltam a se encontrar na quinta-feira da próxima semana, dia 13, às 20h, no Allianz Parque. O São Paulo joga pelo empate para avançar às semifinais e o Palmeiras tem de ganhar por dois gols. Caso vença por um, a definição do confronto se dará nos pênaltis.
Antes disso, ambos têm compromisso pelo Brasileirão no fim de semana. No sábado, às 21h, o Palmeiras recebe o Flamengo. No domingo, às 16h, o São Paulo visita Red Bull Bragantino em Bragança Paulista.
SÃO PAULO 1 X 0 PALMEIRAS
- SÃO PAULO – Rafael; Rafinha, Arboleda, Alan Franco (Diego Costa) e Caio Paulista; Pablo Maia, Gabriel (Alisson) e Rodrigo Nestor (David); Wellington Rato, Luciano (Rodriguinho) e Calleri (Juan). Técnico: Dorival Júnior.
- PALMEIRAS – Weverton; Gómez, Luan e Murilo; Mayke, Gabriel Menino (Jhon Jhon), Richard Ríos, Raphael Veiga (Luis Guilherme) e Piquerez; Dudu (Breno Lopes) e Endrick (Flaco López). Técnico: João Martins (auxiliar).
- GOL – Rafinha, aos 36 do 2ºT.
- ÁRBITRO – Bráulio da Silva Machado (Fifa/SC).
- CARTÕES AMARELOS – Gabriel, Pablo Maia, Mayke, Gómez, David e Wellington Rato.
- PÚBLICO – 54.593 pessoas.
- RENDA – R$ 4.169.660,00.
- LOCAL – Morumbi.