Por que Bruno de Luca não socorreu seu amigo Kayky Brito?

O mais urgente agora é torcer pela recuperação do ator

Bruno de Luca se desespera com atropelamento de Kayky Brito – Reprodução/Instagram

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As novas imagens do atropelamento de Kayky Brito e do quiosque onde ele e Bruno de Luca bebiam antes do acidente, assim como as informações trazidas por três mulheres que teriam testemunhado o acidente, estão levantando inúmeras perguntas, comentários, teorias e julgamentos.

Mesmo sem levar a sério as elucubrações do “Tribunal da Internet”, as dúvidas básicas se justificam, já que a versão oficial contada por Bruno parece um quebra-cabeça faltando peças, como essas:

– Se o amigo com quem você está atravessa uma avenida para buscar alguma coisa no seu carro e não volta nunca mais, você vai achar isso normal? Não vai procurar seu amigo, ligar para ele para saber onde foi?

– E, se nesses segundos em que ele sai, acontece um atropelamento exatamente no mesmo lugar e você vê um rapaz caído no chão, arremessado de forma tão assustadora que faz você levar as mãos à cabeça em desespero, não lhe ocorreria que a vítima poderia ser ele?

– E se uma mulher avisa que o rapaz atropelado é o mesmo amigo com quem você estava bebendo, você não iria ao menos verificar se é ele?

Vamos imaginar, a partir do benefício da dúvida, que Bruno não sabia que o homem acidentado era Kayky e que, mesmo com a mulher “de rosa” que aparece nos vídeos avisando que o rapaz caído era o amigo com quem ele estava pouco antes, ele não acreditou porque não tinha condições mentais de compreender a informação ou porque estava em choque ou por ter algum trauma em relação a acidentes.

Mesmo que alguma dessas hipóteses seja verdadeira, como ele teve lucidez para ir até seu carro, atravessando a mesma avenida perigosa, pegar alguma coisa, voltar ao quiosque, falar com o garçom e ir embora? Ele teria feito isso em estado alcoolizado ou alterado de alguma forma?

Digamos que Bruno tenha imaginado que Kayky Brito atravessou a avenida, pegou um carro de aplicativo e foi embora. Isso explicaria o fato de Bruno não imaginar que o rapaz atropelado fosse Kayky. Mas, por que Bruno voltaria para seu carro e abandonaria o veículo para sair pela areia, como quem sai de fininho?

Eu sei que Bruno de Luca diz que não sabe como chegou em casa e que só soube depois que era Kayky que tinha sido atropelado de forma grave. Sei também que especialistas dizem que não ajudar uma vítima, quando você não está diretamente envolvido, não configura omissão de socorro. Pode ser moralmente condenável, mas não é crime.

Mas Kayky não é um mero conhecido. Ele e Bruno são amigos há muitos anos. E mais, Kayky mora em Curitiba e estava no Rio para visitar seus pais e para falar de um trabalho com Bruno de Luca, que o recebeu em sua casa. Não era um encontro fortuito num quiosque da orla, eles estavam juntos.

Diante de uma história tão intensa e trágica, envolvendo tantas vidas, famílias, testemunhas, o motorista que socorreu Kayky e que quase foi penalizado, apesar de não ter culpa alguma, é natural que a gente questione tudo e até julgue as atitudes de cada um. Mas é preciso lembrar que em momentos de perigo, de ‘luta ou fuga’, não temos como prever nossa reação.

Podemos tanto agir no sentido de ajudar quanto de fugir, especialmente se existir alguma circunstância ou detalhe que nos coloque em risco ou nos comprometa. Queremos acreditar que, no lugar do outro, faríamos melhor, seríamos mais humanos e mais dignos, teríamos socorrido nosso amigo, em qualquer estado mental que estivéssemos, agindo com altruísmo mesmo que alguma coisa pudesse nos comprometer. Talvez, sim, mas talvez não.

Tudo o que podemos fazer agora é aguardar as investigações e acompanhar as informações que venham a surgir; e focar nossas energias e torcer para que Kayky Brito se recupere. Porque agora, isso é o mais urgente.

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