Bolsonaro repete discurso sobre medidas de isolamento contra a covid: ‘Eu não fecho nada’

O presidente ouviu queixas de um simpatizante sobre os fechamentos praticados em alguns Estados.

Presidente Jair Bolsonaro recebe apoiadores no Palácio da Alvorada. Grupo comemorou aniversário do mandatário, em 21 de março.. Raul Spinassé/Folhapress/

Por Estadão

Brasília – O presidente Jair Bolsonaro repetiu, nesta terça-feira, 30, como tem feito desde o início da pandemia, o discurso de que não é o responsável por políticas de fechamento de setores econômicos adotadas no País para evitar o avanço da covid-19. “Eu não fecho nada, eu não fecho nada. A vida é tão importante quanto a questão do emprego”, disse a apoiadores. Na saída do Palácio da Alvorada, o presidente ouviu queixas de um simpatizante sobre os fechamentos praticados em alguns Estados para evitar a disseminação do novo coronavírus.

Ao contrário da retórica de Bolsonaro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o distanciamento social e medidas de isolamento como forma de prevenir o maior contágio pelo vírus. Bolsonaro, contudo, é crítico a essa estratégia pelo seu impacto na atividade econômica. Por esse motivo, ao longo da pandemia, o chefe do Executivo antagonizou governadores e prefeitos que adotaram medidas de fechamento.

O presidente chegou a entrar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra os governos do Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul para derrubar decretos de “toque de recolher” à população adotados pelos governadores. A ação foi rejeitada pelo ministro Marco Aurélio Mello na semana passada.

A ação apresentada por Bolsonaro foi também um dos motivos para a saída de José Levi da Advocacia-Geral da União (AGU) anunciada ontem junto de outras cinco mudanças no governo. Levi se recusou a assinar a ação apresentada por Bolsonaro para derrubar decretos de toque de recolher.

O processo foi movido pelo próprio presidente e não pela AGU, que é responsável por representar judicialmente os interesses do Planalto perante o STF. Na avaliação do ministro Marco Aurélio caberia à AGU formalizar o pedido e, por isso, rejeitou o recebimento da ação.

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