Vítimas eram piloto e três amigos que voltavam de almoço em Guarujá, no litoral; aeronave de táxi aéreo caiu na Barra Funda
Folha de São Paulo
Quatro pessoas morreram na queda de um helicóptero no bairro da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista. A aeronave PR-PGC, que pertencia à empresa Helimarte Táxi Aéreo, caiu por volta das 14h35 desta sexta-feira (17).
Duas das quatro vítimas eram colegas em uma empresa da área de produção de eventos. Eles trabalhavam na cidade de São Paulo e tinham ido a Guarujá para um almoço particular, segundo a Mirage Group Brasil, que confirmou a morte dos funcionários. O voo seguia da cidade da Baixada Santista para o heliporto do Campo de Marte, em Santana, na zona norte.
O designer Caio Lucio de Benedetto Moreira, 30, coordenava a equipe de produção gráfica e as mídias sociais do grupo desde setembro do ano passado. O administrador Antonio Cano dos Santos Junior, 42, era diretor administrativo e financeiro do Mirage Group, onde trabalhava desde 2018.
Eles estavam acompanhados de um amigo, Wellington Roberto Palhares, 28. A quarta vítima é o piloto João Intorne Neto, 32. Os nomes e as idades foram confirmados pela polícia.
O coronel Carlos Alberto de Camargo Jr, dos bombeiros, crê que o piloto buscou o local na tentativa de um pouso em um ambiente aberto.
Os bombeiros enviaram nove viaturas para fazer o atendimento.
A queda ocorreu na altura do número 500 da rua James Holland, na esquina da Padre Luís Alves Siqueira. O local fica atrás do Atacadão e próximo ao cruzamento entre as avenidas Abrahão Ribeiro e Norma Pieruccini Gianotti.
O imóvel onde a aeronave caiu está abandonado e possui uma placa indicando que a área está em tramitação para futuro empreendimento de interesse social.
Segundo o Corpo de Bombeiros, não houve reporte de problemas à torre de comando do aeroporto. Antes de cair dentro de uma empresa, a aeronave, modelo Robinson 44 Raven II, fabricada em 2007, colidiu contra um coqueiro e pedaços ficaram espalhados pela rua, como um fone de ouvido, fuselagem e um tênis. Não houve explosão. Uma parte da hélice ficou presa entre os galhos da árvore.
Uma peça foi parar no teto de um estabelecimento abandonado a cerca de 100 metros do local, na rua dos Americanos.
“Estava no farol olhando para o helicóptero. Ele deu uma guinada e de repente a hélice parou. Ele despencou como chumbo”, disse o propagandista Weber Boppré, 63.
O advogado da Helimarte Táxi Aéreo, Sergio Gegers, disse que a empresa vai prestar apoio aos investigadores e às famílias dos mortos. Ele ainda confirmou que o piloto não reportou qualquer problema durante o percurso.
O helicóptero prefixo PR-PGC estava regularmente cadastrado na Anac (Agência Nacional de Avião Civil). De acordo com a base de dados da agência, a aeronave possui o CVA (Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade) ativo e com validade até 8 de dezembro deste ano.
Técnicos da Defesa Civil fizeram vistoria no local logo depois do acidente e disseram que não houve danos a imóveis, já que o helicóptero colidiu contra o coqueiro. A Polícia Militar isolou a área para evitar a presença de curiosos.
No fim da tarde, técnicos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e da Polícia Científica estiveram no local para tentar descobrir a causa do acidente.
No dia 5 de agosto do ano passado, um helicóptero caiu no bairro do Jaraguá, na zona norte de São Paulo, deixando dois mortos.
O bimotor modelo Agusta A109-E, prefixo PP-JMA, da Majam Participações Ltda, teria saído do aeroporto de Congonhas, mas seu destino não foi divulgado.
E no dia 19 de outubro, outro helicóptero caiu no parque que fica entre as avenidas Túlio Teodoro de Campos e Jornalista Roberto Marinho, na região do Jabaquara, zona sul de São Paulo.
Esse acidente deixou duas pessoas feridas. O piloto da aeronave, de 51 anos, que sofreu traumatismo craniano e foi transportado pelo helicóptero Águia da PM até o Hospital das Clínicas. E um mecânico de 38 anos, que foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) com fraturas nas pernas e braços.