Criminosos agem dentro e fora dos presídios. Negócios do chefe da quadrilha, José Kemps Pereira de Araújo, o Alicate, foram alvos da operação. Ele receberia R$ 1,8 milhão por ano
O GLOBO
Uma força-tarefa integrada das polícias Civil e Militar do Rio Grande do Norte e Polícia Federal realizou uma operação, durante toda a manhã desta sexta-feira (17), para desarticular o braço financeiro da facção que, nas últimas quatro madrugadas, levou terror às ruas de várias cidades do estado. Ao todo, 30 mandados de prisão foram cumpridos, de acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed/RN). A quadrilha, segundo os investigadores, movimentava mais de R$ 150 mil por mês – ou quase R$ 2 milhões por ano – com tráfico de drogas e assaltos, além de ter promovido ataques a policiais.
A ação foi realizada no Litoral Sul potiguar. Pelo menos quatro policiais foram alvos de atentados dos criminosos nos últimos 5 anos. Um policial e a esposa de um outro agente foram mortos pela quadrilha.
As investigações mostram que o dinheiro levantado mensalmente com os crimes era repassado diretamente pelos criminosos ao chefe da facção, José Kemps Pereira de Araújo, conhecido como Alicate, de 45 anos. No início da semana, ele foi transferido da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, para o Presídio Federal de Mossoró, por ser apontado como um dos mandantes dos ataques criminosos que têm levado terror a cidades do RN.
A Operação Normandia, como foi batizada, cumpriu ao todo 54 mandados judiciais em 22 alvos, sendo 30 de prisões preventivas e 24 buscas. A ação contou com o efetivo de mais de 100 policiais e o apoio do helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).
