Danielle Winits diz não se incomodar com papéis sexy, mas que ‘mercado ainda é machista’

Atriz, que vive uma bruxa no teatro, celebra poder escolher trabalhos sem se liminar a rótulos

Nesta imagem de 2003, Winits participando de inauguração de Boate Paulista. Chris Von Ameln – 7.mar.03

F5

Ela já estreou na TV como uma garota sensual em “Sex Appeal” (1993), foi beldade que fazia topless em “Corpo Dourado” (1998), “loira burra” em “Uga Uga” (2000) e mocinha disputada por galãs em “Kubanacan” (2003), todas da Globo. Mas, hoje, Danielle Winits celebra a possibilidade de ser uma bruxa na peça em que está em cartaz em São Paulo. Segundo a atriz, apesar de nunca ter se importado com os rótulos, o mercado televisivo sempre foi machista.

“Isso já me incomodou quando eu tinha uns 20 e poucos anos, mas era mais pelo olhar alheio sobre os meus papéis mais sensuais. Nunca virei as costas para nada que veio para mim. Não tenho problemas em fazer personagem sexy, mas o mercado ainda é muito machista”, diz ela, em bate-papo com o F5.

Winits afirma que, inconscientemente, acabou usando dessas oportunidades que lhe eram ofertadas para poder se firmar na profissão. O intuito era um dia chegar ao nível de poder escolher qual projeto mereceria sua dedicação sem necessariamente enquadrá-la num nicho específico. E, para ela, isso é exatamente o que está vivendo atualmente.

“Acho que conquistei a possibilidade de não precisar mais ser escolhida. Virei produtora de mim mesma. Mas para as mulheres é uma conquista diária de nos desatrelar desse lugar de preconceito. Nós já nascemos lutando. Com o tempo, sobretudo com a comédia, mostrei que posso quebrar rótulos e ir pelo viés que eu desejar”, afirma. “Se é uma batalha que ainda existe, vou tentando driblar.”

A atriz vai completar 50 anos em dezembro e conta que os cuidados com o corpo não têm a ver só com vaidade, mas com autocuidado com o instrumento de seu trabalho. A atriz é formada em balé clássico e a dança faz parte de sua rotina, o que ajuda a manter o físico em dia.

“Procuro me alimentar bem, fazer ginástica. Mas sempre teve essa conotação de que a mulher que se cuida é superficial. Autocuidado, para mim, é algo mais profundo. É sinônimo de amor-próprio. Não fosse isso, não estaria cantando e voando em cena num musical da Broadway aos 50 anos”, conta.

Além da peça “O Mágico de Oz”, em cartaz até o dia 24 no Teatro Procópio Ferreira (na zona oeste da capital paulista), ela ainda aguarda o começo das gravações de um filme em janeiro de 2024 e a estreia de “Os Farofeiros 2”, longa ainda sem data de lançamento. E tem planos para outro espetáculo teatral solo para o ano que vem.

“Eu vou onde meu trabalho está e para onde acredito ser o melhor. Sou livre”, encerra Winits, mãe de dois meninos de 12 e 15 anos que, segundo ela, morrem de ciúme. “Eu acho bonitinho.”

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