O comandante da divisão antiterrorista da polícia britânica afirmou que a ex-atriz americana sofreu ‘repugnantes’ ameaças de morte de grupos racistas enquanto era membro ativo da família real britânica
Estadão
AFP – O comandante da divisão antiterrorista da polícia britânica, Neil Basu, afirmou que a ex-atriz americana Meghan Markle, de 41 anos, sofreu “repugnantes” ameaças de morte de grupos racistas enquanto era membro ativo da família real britânica.
Basu, o principal oficial da polícia pertencente a uma minoria étnica no Reino Unido, admitiu que em seu cargo teve que lidar com ameaças reais da extrema-direita contra a duquesa de Sussex e seu marido, o príncipe Harry, o filho mais novo do atual rei Charles III.
Suas declarações, em entrevista ao canal britânico Channel 4 na noite de terça-feira, reforçam os temores expressos por Harry, de 38 anos, sobre a segurança da ex-atriz, com quem se casou em 2018.
Citando a pressão da imprensa sensacionalista britânica e um ambiente hostil em relação a Meghan, o casal deixou a família real em 2020 e se mudou para os Estados Unidos.
Basu, que em breve deixará seu cargo após 30 anos na Scotland Yard, afirmou que as ameaças de morte contra a duquesa eram “repugnantes e muito reais”.
“Tínhamos equipes para investigá-las e pessoas foram processadas por essas ameaças”, acrescentou.
Harry criticou publicamente a cobertura sobre Meghan por alguns veículos de comunicação e condenou o “racismo flagrante de trolls nas redes sociais e comentários em artigos na web”.
O casal chegou a acusar um membro não identificado da própria família real de racismo, em uma entrevista explosiva em 2021 para a estrela da televisão americana Oprah Winfrey.
Basu, cujo pai é indiano, também criticou a retórica “horrível” sobre os migrantes de alguns proeminentes políticos conservadores de origem asiática.
A ministra do Interior, a ultraconservadora Suella Braverman, descreveu como “criminosos” os solicitantes de asilo albaneses.
Braverman, que também é de origem indiana, defende um controverso plano de governo britânico para deportar para Ruanda, país africano a 6.500 quilômetros de Londres, os migrantes e refugiados que chegarem ao Reino Unido de forma ilegal. Denunciado por várias organizações, o projeto está sendo analisado pela Justiça.