Valor injetado pelo show de Lady Gaga no Rio é maior que o PIB anual de 211 cidades do Piauí

Megaevento em Copacabana movimentou mais de R$ 600 milhões na economia fluminense.

TV Globo
Momento que Lady Gaga agradeço o público brasileiro no intervalo do show. Foto: TV Globo 

O show histórico da cantora Lady Gaga, realizado gratuitamente no último sábado (3) em Copacabana, no Rio de Janeiro, não foi apenas um espetáculo musical — foi também uma injeção poderosa na economia local. De acordo com o secretário estadual de Turismo, Gustavo Tutuca, o impacto direto do evento pode ultrapassar os R$ 600 milhões.

A apresentação faz parte do projeto Todo Mundo no Rio, iniciativa do governo estadual para fomentar o turismo e celebrar a diversidade cultural. Com mais de 2,1 milhões de pessoas reunidas na orla, o evento entrou para a história como um dos maiores da carreira da artista americana — e também como motor temporário de crescimento econômico.

Comparação com o Piauí evidencia disparidades regionais

Para ilustrar a magnitude do impacto, o valor movimentado pelo show supera o PIB anual de 211 municípios do Piauí, segundo dados do IBGE de 2021. Ou seja, em poucas horas de espetáculo, a diva pop gerou mais dinheiro do que 94% das cidades piauienses conseguem produzir em um ano inteiro.

No Piauí, apenas 13 municípios possuem um Produto Interno Bruto superior aos R$ 600 milhões alcançados pelo evento no Rio. A lista é liderada por Teresina, com R$ 23,8 bilhões, seguida por cidades como Parnaíba, Uruçuí e Picos. Já municípios como Santa Filomena, Guadalupe e Corrente figuram no limite desse corte, todos com PIBs pouco acima de R$ 600 milhões.

Economia criativa e informal incluídas na conta

O secretário Tutuca destaca que o cálculo considera não apenas a cadeia turística — como hotelaria, bares, restaurantes e transporte —, mas também o comércio informal, a economia criativa e os impactos indiretos na cidade.

“É um efeito cascata que movimenta toda a cidade, da zona sul ao subúrbio. É cultura como política de desenvolvimento econômico”, avaliou o gestor.

Um dado que canta mais alto que a música

A comparação escancara o abismo socioeconômico entre regiões do país e evidencia o potencial que eventos culturais de grande escala têm de alavancar economias locais — sobretudo quando há planejamento e investimento público.

Enquanto isso, centenas de municípios brasileiros seguem lutando com orçamentos apertados, baixa arrecadação e escassez de oportunidades, num contraste que só reforça a centralização do capital e do consumo no eixo sul-sudeste.

MeioNews

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