Judô brasileiro registra em Tóquio o pior desempenho desde 2004 em Olimpíadas

Daniel Cargnin e Mayra Aguiar faturaram o bronze, as únicas da modalidade em Tóquio

Equipe brasileira de judô encara os atletas de Israel – Annegret Hilse/Reuters

Por Folhapress

Esporte que mais medalhas olímpicas garantiu ao Brasil em Olimpíadas, o judô brasileiro se despede de Tóquio com duas de bronze e uma ponta de decepção pelo desempenho por equipes no último dia de competições.

Se por um lado Daniel Cargnin (até 66 kg) e Mayra Aguiar (até 78 kg) ajudaram o esporte a manter a escrita de subidas ao pódio desde Los Angeles-1984, por outro é o pior desempenho desde Atenas-2004.

Naquela edição, aliás, Leandro Guilheiro e Flávio Canto foram os únicos a ganhar o bronze.

Neste sábado (31), havia a expectativa de o Brasil brigar por medalha no judô por equipe e igualar o desempenho de 2008 e 2012. Porém, o time perdeu para a Holanda nas quartas de final e, na repescagem, não resistiu ao time de Israel.

Ao analisar o desempenho dos brasileiros no Japão, o gestor de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Ney Wilson, afirmou que a pandemia atrapalhou o processo de preparação, principalmente com o cancelamento de torneios e dificuldade de treinar em outros países. Tudo isso em meio à necessidade de lapidar novos judocas.

“Estamos passando por uma renovação, e a gente teve muita dificuldade na nossa preparação. O atleta jovem precisa rodar mais, treinar mais, e a pandemia dificultou bastante. Conseguimos algumas alternativas, mas não foi suficiente”, diz Wilson.

“Tenho certeza que esses atletas superaram muitas dificuldades para chegar aqui, cada um entregou tudo o que pôde. Faltou, de fato, uma preparação melhor por falta de um intercâmbio.”

A modalidade contabiliza 24 medalhas no total: são quatro de ouro, três de prata e 17 de bronze.

Apesar da preparação problemática no último ciclo, Ney Wilson enalteceu a campanha de Cargnin, que deixou o Nippon Budokan com o bronze após vencer o israelense Baruch Shmailov. “A gente trouxe um rosto novo [Cargnin], uma cara nova à imprensa, porque sabemos do potencial dele”, afirmou o gestor da CBJ.

RELEMBRE ABAIXO TODOS OS MEDALHISTAS OLÍMPICOS BRASILEIROS DO JUDÔ:

Munique-1972
Chiaki Ishii (bronze na categoria -93 kg)

Los Angeles-1984
Douglas Vieira (prata na categoria -95 kg)
Walter Carmona (bronze na categoria -86 kg)
Luiz Onmura (bronze na categoria -71 kg)

Seul-1988
Aurélio Miguel (ouro na categoria -95 kg)

Barcelona-1992
Rogério Sampaio (ouro na categoria -85 kg)

Atlanta-1996
Aurélio Miguel (bronze na categoria -95 kg)
Henrique Guimarães (bronze na categoria -65 kg)

Sydney-2000
Tiago Camilo (prata na categoria -73 kg)
Carlos Honorato (prata na categoria -90 kg)

Atenas-2004
Leandro Guilheiro (bronze na categoria -73 kg)
Flávio Canto (bronze na categoria -81kg)

Pequim-2008
Ketleyn Quadros (bronze na categoria -57 kg)
Leandro Guilheiro (bronze na categoria -73kg)
Tiago Camilo (bronze na categoria -81kg)

Londres-2012
Sarah Menezes (ouro na categoria -48 kg)
Mayra Aguiar (bronze na categoria -78 kg)
Felipe Kitadai (bronze na categoria -60 kg)
Rafael Silva (bronze na categoria +100 kg)

Rio-2016
Rafaela Silva (ouro na categoria -57 kg)
Mayra Aguiar (bronze na categoria -78 kg)
Rafael Silva (bronze na categoria +100 kg)

Tóquio-2020
Daniel Cargnin (bronze na categoria -66 kg)
Mayra Aguiar (bronze na categoria -78 kg)

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