Seleção tem atuação aquém do esperado, mas consegue a vitória, por 1 a 0, no segundo no tempo, em amistoso preparatório para a Copa do Catar
Por Estadão
A seleção brasileira venceu o Japão por 1 a 0, em Tóquio, nesta segunda-feira, em amistoso preparatório para a Copa do Mundo do Catar. Com uma atuação aquém do esperado, e com uma série de alterações táticas, o Brasil contou com um gol de pênalti de Neymar para sair de campo com a vitória. Novidade entre os convocados, Danilo, do Palmeiras, ficou no banco, mas não foi acionado por Tite.
Com a vitória, o Brasil encerra sua passagem pela Ásia nesta Data Fifa com 100% de aproveitamento, tendo vencido também a Coreia do Sul, em goleada por 5 a 1. Agora, a seleção tem no calendário o confronto com a Argentina, em jogo suspenso pelas Eliminatórias. A CBF, porém, ainda busca juridicamente os pontos da partida, interrompida por agentes da Anvisa e da Polícia Federal, alegando irregularidades por parte da comissão argentina em meio à covid-19 – os atletas argentinos não poderiam estar no Brasil sem passar por quarentena.
Debaixo de chuva, o jogo contra os japoneses começou com a seleção brasileira repetindo a estratégia apresentada diante da Coreia do Sul, subindo a linha de defesa e pressionando a saída de bola adversária. Logo aos 2 minutos, Neymar deixou Paquetá na cara do gol, e o meia finalizou na trave. Diferentemente do esquadrão sul-coreano, os japoneses deram muito menos espaço para o Brasil, que só voltou a ter uma boa oportunidade aos 18, quando o camisa 10 achou Raphinha livre na direita. O atacante do Leeds finalizou cruzado, para a boa defesa de Gonda.
O Japão apostou nas jogadas pelas beiradas durante boa parte da primeira etapa, impedindo as subidas de Daniel Alves e Arana e o diálogo dos laterais brasileiros com Vini Jr. e Raphinha. Assim, a seleção voltou a assustar na bola parada. Aos 25, Raphinha cobrou falta pela direita na cabeça de Casemiro. O volante cabeceou com perigo por cima da meta japonesa. No minuto seguinte, Neymar aproveitou a sobra na entrada da área e finalizou colocado, obrigando Gonda a fazer boa defesa.
Sem Richarlison, coube a Neymar jogar mais centralizado na linha de ataque. O camisa 10 passou a prender bolas na intermediária, recebendo faltas da incansável marcação japonesa, pressionando sempre após a perda de bola. Na melhor chance do Brasil em cobrança de falta, Raphinha bateu com perigo à direita de Gonda, aos 38. Três minutos depois, Paquetá encontrou espaço pelo meio e achou Neymar na direita. O craque brasileiro buscou o canto do arqueiro japonês, que espalmou para a linha de fundo. As jogadas não eram bem construídas. O Brasil parecia afoito para marcar logo seu gol. Essa sensação conduziu o time nos dois tempos.
Com a entrada do meia Kamada, craque do Eintracht Frankfurt, campeão da Liga Europa, o time japonês voltou para a segunda etapa tentando ficar mais com a bola e pressionando a saída brasileira. Aos 12, o Japão teve seu melhor momento. Ito fez boa jogada pela direita e cruzou rasteiro. Militão cortou e Nagatomo pegou o rebote, com a zaga brasileira afastando pela linha de fundo. Buscando alternativas para melhorar o time, Tite colocou Martinelli e Gabriel Jesus nas vagas de Vini Jr. e Raphinha, respectivamente. Na primeira chance após a substituição, o atacante do Arsenal recebeu passe de cabeça perto da grande área, mas chutou sem força para fora.
O Brasil seguiu criando pouco, e Tite decidiu fazer duas mudanças táticas. Colocou Richarlison no lugar de Fred, deixando a seleção com um homem de referência na frente, e escalou Thiago Silva na vaga de Daniel Alves, dando liberdade para as subidas de Arana pela esquerda. Coincidência ou não, o Brasil conseguiu abrir o placar logo em seguida. Gonda defendeu chute de Neymar na esquerda, e Arana, dentro da área, acertou o travessão. Na confusão, o árbitro marcou pênalti em Richarlison. Neymar, esbanjando a categoria habitual, balançou as redes, fazendo seu 74º gol com a camisa verde-amarela, ficando a três de igualar Pelé, segundo a Fifa.
Após o gol, o Japão diminuiu o ritmo na marcação, mas o Brasil seguiu criando pouco. Tite tentou melhorar tanto a criação quanto a movimentação no meio, colocando Bruno Guimarães e Fabinho, mas a seleção atuou de forma burocrática na reta final, administrando a vantagem mínima até o apito final.
FICHA TÉCNICA
JAPÃO 0x1 BRASIL
JAPÃO – Gonda; Nagatomo (Yamane), Yoshida, Itakura e Nakayama; Endo, Tanaka (Shibasaki), Junya Ito (Doan) e Haraguchi (Kamada); Minamino (Mitoma) e Furuhashi (Maeda). Técnico: Hajime Moriyasu.
BRASIL – Alisson; Daniel Alves (Thiago Silva), Éder Militão, Marquinhos e Guilherme Arana; Casemiro (Fabinho), Fred (Richarlison), Lucas Paquetá (Bruno Guimarães); Raphinha (Gabriel Jesus), Neymar e Vinícius Júnior (Gabriel Martinelli). Técnico: Tite.
GOL – Neymar, de pênalti, aos 31 do segundo tempo.
ÁRBITRO – Alireza Faghani (Irã).
CARTÕES AMARELOS – Raphinha, aos 34, e Endo, aos 40 do primeiro tempo. Kamada, aos 9, e Neymar, aos 34 do segundo tempo.
LOCAL – Estádio Nacional de Tóquio