Neymar se reinventa no Paris Saint-Germain e se torna novamente indispensável

Clube queria negociar o atacante na última janela, não conseguiu e recebeu um grande ‘reforço’ para brigar pelo título da Champions League

Neymar da Silva Santos Junior Foto: Christophe Petit Tesson / EFE

Por Estadão

Depois de um rendimento irregular e de uma vida extracampo conturbada, o Paris Saint-Germain estava pronto para negociar Neymar na última janela de transferências, mas o brasileiro conseguiu se reinventar com um início de temporada em grande fase, com boas jogadas e gols. Ele estará em campo nesta quarta-feira para enfrentar o Maccabi Haifa, no Estádio Sammy Ofer, em Israel.

Há menos de um mês, o futuro do atacante era incerto em Paris, e os novos responsáveis pelo futebol do PSG, o diretor Luis Campos e o treinador Christophe Galtier, que desejavam um recomeço para encerrar a era Pochettino, buscavam uma saída para o camisa 10.

Várias lesões, atrasos nos treinamentos e um comprometimento esportivo mínimo: no momento em que o presidente do clube, Nasser Al-Khelaifi, decretou o fim dos excessos, as queixas se acumularam sobre Neymar, que parecia ser o único motivo de todos os insucessos da equipe.

Desde então, o brasileiro conseguiu conquistar a todos e agora ninguém se arrepende de sua permanência no PSG. Embora sua saída tenha sido travada principalmente devido ao seu salário astronômico de 4 milhões de euros mensais e contrato vigente, foi em campo que Neymar recuperou seu prestígio com a diretoria do clube francês.

Com dez gols e sete assistência em nove jogos entre todas as competições, o atacante de 30 anos está levitando, se impondo como o jogador mais efetivo da equipe, deixando para trás nesse quesito dois grandes: Messi e Mbappé.

De todo modo, Neymar nunca pensou em deixar Paris de maneira precipitada, ao contrário de seu desejo em 2019,quando acenou com a possibilidade de voltar ao Barcelona. Com contrato renovado desde o ano passado até 2025, o atacante brasileiro ativou em duas ocasiões uma cláusula que lhe permite estender seu vínculo com o PSG por mais duas temporadas, até 2027. Isso significa também novas cláusulas rescisórias.

Além do aspecto financeiro, a perspectiva da Copa do Mundo de 2022, em teoria sua última oportunidade de ser campeão mundial pela seleção brasileira, está ligada ao seu desejo repentino de estabilidade e sua mudança de perfil no aspecto esportivo. Neymar está mais focado.

De acordo com o PSG, Neymar retomou os treinamentos em 5 de julho, uma semana antes da data prevista inicialmente. Efetivo, sério e aplicado, aproveitou todas as oportunidades para se manter em forma até a Copa do Catar. Tite conta muito com ele. Ao Estadão, disse que o Brasil precisa de todos os seus bons jogadores. “Há uma conscientização em relação à temporada passada, na qual foi menos efetivo, menos presente”, também explicou Galtier. Em outras palavras, Neymar foi cobrado como qualquer outro atleta que não joga bem e tem potencial.

“Ele tem objetivos muito altos e, evidentemente, esta temporada é singular. Chegou preparado, em forma. Acho que trabalhou bem antes, e junto com meu ‘staff’ decidi colocá-lo nas melhores condições para que seja o mais efetivo possível. Se faz um bom início de temporada, é porque está sério e concentrado em seu trabalho. Já sabia que é um grande jogador, agora descubro que é um grande profissional”, acrescentou o treinador.

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O ego da superestrela também foi provocado pelo peso crescente de Kylian Mbappé no PSG. De contrato renovado até 2025, o atacante francês se tornou protagonista no clube, relegando Neymar a um papel secundário, um movimento sentido pelo brasileiro, que foi contratado em 2017 pelo valor recorde de 220 milhões de euros.

A relação entre os dois jogadores se tornou instável, como visto no jogo contra o Montpellier, quando Neymar tomou a frente de Mbappé para cobrar um pênalti, antes de ‘curtir’ mensagens negativas sobre o francês no Twitter.

O brasileiro também não gostou quando Mbappé preferiu finalizar em vez de fazer um passe que o deixaria na cara do gol contra a Juventus pela Liga dos Campeões. “Sempre tivemos uma relação baseada no respeito. Houve momentos mais frios, outros mais quentes. Há períodos em que somos os melhores amigos do mundo e outros em que conversamos menos”, afirmou o francês.

“Quando você tem jogadores de personalidade forte, a vida não é linear, mas o respeito aos interesses do PSG sempre foi mantido”, acrescentou.

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