Palmeiras mantém Flamengo bem longe na corrida do título do Brasileirão

Há um sentimento generalizado de que o time carioca é o único que pode atrapalhar o líder

Observado por Dorival Júnior e Abel Braga, Dudu tenta superar Matheuzinho na velocidade durante o empate entre Palmeiras e Flamengo, no Allianz Parque Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Por Estadão 

COLUNISTA
Robson Morelli

O Palmeiras freou a ascensão do Flamengo no Brasileirão e manteve seu mais duro perseguidor com os mesmo nove pontos de distância após 23 rodadas. Portanto, bem longe. É cedo para festejar, principalmente após empate (1 a 1) com os reservas escalados por Dorival. É claro que havia um propósito nisso. Os reservas cansariam o rival em sua casa para que, no segundo tempo, a ‘tropa de elite’ carioca, formada por Arrascaeta, Gabigol, Everton Ribeiro e Pedro, pudesse fazer o serviço. Havia uma estratégia pensada para impedir que o Palmeiras somasse três pontos e para que a diferença entre ambos caísse para seis.

A ‘final’ antecipada cantada pelos torcedores dos dois lados antes da disputa tinha lógica, mesmo a despeito dos nove pontos que separavam e ainda separam os times. Há um entendimento generalizado de que somente o Flamengo pode estragar a festa do Palmeiras no Brasileirão. Nem o Atlético-MG, que apanhou na rodada para o Goiás, é considerado um adversário. O Fla cresceu com a chegada de Dorival e subiu a ladeira na tabela. Os jogadores atuam com alegria e têm sobrado técnica em campo.

Esse clima contagiou o elenco carioca. Tanto contagiou que os reservas deram conta de abrir o marcador no Allianz Parque, obrigando o Palmeiras a jogar e a correr mais. Dorival entendeu que precisava poupar para atuar bem na semifinal na Copa do Brasil nesta semana diante do São Paulo. Vale vaga na final, e isso tem muito peso. Então, mesmo sabendo que o confronto direto com o Palmeiras era sua maior chance de encurtar a distância para o líder, se dobrou diante do calendário. Montou um time reserva, com bem poucos titulares, para encarar o melhor do Brasil em seu terreno. Copa do Brasil e Libertadores pesaram. Mas sempre houve uma estratégia e ela quase deu certo. Quando sua ‘tropa de elite’ entrou, na metade do segundo tempo, o jogo mudou e o segundo gol do Fla ficou mais próximo de ser marcado.

O que Dorival não contou, ou se contou, não se surpreendeu, foi com o poder de concentração desse Palmeiras. O time não desistiu de buscar o empate e, depois que conseguiu, não se contentou com ele. Continuou em cima do Flamengo até o fim. Abel tem trabalhado esse poder de concentração dos jogadores, sem medo, sem receio, sem desistir.

Ele sabia também que era importante não perder para o Flamengo, não deixar o rival crescer na competição e se animar, manter os nove pontos de diferença ou aumentar a contagem. Abel sabia o tamanho da partida. Não foi por acaso que o torcedor fez enorme festa no Allianz. Fosse outro jogo ou um rival qualquer, o barulho seria diferente, menor. Manter o Fla no seu lugar, nove pontos longe, foi um ótimo resultado para o Palmeiras, sabendo que terá outros adversários e que o torneio não acabou.

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