Após uma estreia de futebol questionável (mas com vitória), o treinador parece dar uma cara ao time que alegra a torcida.
Por Folhapress
BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) – Para a alegria do torcedor do Flamengo, a primeira impressão não foi a que ficou do trabalho do técnico Renato Gaúcho. Após uma estreia de futebol questionável (mas com vitória), o treinador parece dar uma cara ao time que alegra a torcida e faz as comparações com a equipe de Jorge Jesus voltarem à tona.
Com a vaga da Libertadores na mão após a goleada por 4 a 1 sobre o Defensa y Justicia, nesta quarta-feira (21), o recém-chegado técnico faz o entusiasmo do torcedor aumentar à medida que o time dá sinais de que vai resgatando seu modo avassalador. Em três jogos até aqui, o treinador conduziu sua equipe a três vitórias. Nestes triunfos, dez gols marcados e apenas um sofrido. Além disso, o bônus de um passaporte carimbado para as quartas de final.
O final da história do Mister no Fla todos conhecem de cor e salteado, mas o início do trajeto foi de percalços. Neste mesmo recorte de jogos, o português viu o Fla marcar oito gols e sofrer três. Coincidentemente, Jesus também assumiu o time antes de um mata-mata. O desfecho, no entanto, não foi feliz. Com dois empates por 1 a 1 contra o Athletico, o time sucumbiu nos pênaltis e caiu na Copa do Brasil. A goleada por 6 a 1 para o Goiás, contudo, é tido por muitos como um dos maiores recitais do Fla durante sua passagem.
A favor do atual técnico do Benfica, é bom ressaltar que esses números favoráveis do gaúcho se devem muito à filosofia deixada pelo português e que Renato, por mérito próprio, soube aproveitar. Tal qual o time de 2019, o Fla sob novo comando marca em cima e acelera quando tem a bola. Com Arão de volta ao meio, os rubro-negros ganham em passe. Ora construtor, ora defensor, Filie Luís voltou a mostrar todo seu futebol.
“Estou feliz com a equipe, mas temos de corrigir algumas coisas. No momento, nosso maior problema é falta de treino. O maior problema é falta de tempo para treinar ainda mais e corrigir algumas coisas que estamos fazendo de errado. Para alguns treinadores, pegar o bonde andando é ruim, mas torço para ter semana cheia. Com o pouco tempo que temos, a equipe vem se comportando bem e vem jogando a cada partida melhor. Quando tivermos mais tempo para treinar, o time vai render ainda mais”, disse Renato.
OUTRO LEGADO
Conhecido por ser um profissional que valoriza os jogadores que tem em mãos, Renato também vai se aproveitando de um trabalho que já tinha sido iniciado por Rogério Ceni, seu antecessor. Quando perdeu diversas peças por conta de convocações, Rogério teve de dar mais quilometragem para nomes como Vitinho e Michael, que tinham resistência de parte da torcida. Com todos os titulares de volta, o atual treinador pode contar com reservas que estão com mais rodagem e que podem entrar mais frescos para ajudar.
No jogo contra os argentinos, os dois saíram do banco para liquidar a fatura e deixaram o gramado ovacionados pela torcida. Mais um ponto positivo para o início do trabalho do ex-atacante, que não nega ter cuidado especial com “renegados”:
“Alguns ainda estavam sendo criticados, alguns ainda não tinham caído nas graças da torcida, principalmente o Michael e o Vitinho. Importante é o treinador conversar com eles, passar confiança e entender o que está acontecendo”.
Com o ânimo renovado e embalado pela ascensão, os rubro-negros deixam o sonho do tri sul-americano um pouco de lado e voltam as atenções pela terceira taça consecutiva do Brasileiro. No domingo (25), a equipe recebe a visita do São Paulo, 16h, no Maracanã.