China eleva taxação sobre EUA para 125%, e Xi diz não haver vencedor em guerra tarifária

Em primeiro comentário sobre conflito comercial, líder chinês afirma que país ‘não teme supressão irracional’

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A China anunciou nesta sexta-feira (11) que aumentará as tarifas sobre os produtos dos Estados Unidos para 125%, aprofundando ainda mais a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Foto: Reprodução/YouTube/AFP

O líder chinês, Xi Jinping, afirmou nesta sexta (11) que “não há vencedor numa guerra de tarifas, e ir contra o mundo levará ao isolamento”. As declarações foram dadas na Casa de Hóspedes Diaoyutai, durante encontro com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, em visita a Pequim.

Também nesta sexta, o Ministério das Finanças divulgou que a China vai aumentar neste sábado (12) as tarifas sobre produtos americanos de 84% para 125%, em resposta à mais recente escalada dos Estados Unidos.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, e o líder chinês, Xi Jinping, na Casa de Hóspedes Diaoyutai, em Pequim, em 11 de abril de 2025

O porta-voz do ministério, em declaração publicada no site do órgão, acrescentou: “Diante do fato de que, no atual nível de tarifas, não há possibilidade de aceitação pelo mercado de produtos dos EUA exportados para a China, se o lado americano continuar a impor tarifas sobre produtos da China, o lado chinês vai ignorá-las”.

Explicou a decisão dizendo que agora, “mesmo que os EUA continuem a impor tarifas mais altas, isso não fará mais sentido e se tornará uma piada na história da economia mundial”.

A mídia chinesa noticiou posteriormente, como exemplo de que “não há possibilidade de aceitação pelo mercado de produtos dos EUA”, a suspensão da venda de dois carros de produção americana da Tesla, Model X e Model S.

Também nesta sexta, o Ministério do Comércio da China anunciou ter entrado com processo contra os EUA na Organização Mundial do Comércio, citando “práticas unilaterais de coerção e bullying, que violam as regras da OMC”.

No encontro com Sánchez, Xi afirmou que seu país “não teme qualquer supressão irracional”, após citar que, “por mais de 70 anos, o desenvolvimento da China se baseou em autossuficiência e trabalho árduo, nunca nos presentes de ninguém”, em referência aos EUA.

“Não importa como o ambiente externo mude, a China fortalecerá sua confiança, manterá sua determinação e se concentrará em administrar bem seus próprios assuntos”, acrescentou.

Em mensagem mais direta ao premiê espanhol, falou que “somente por meio da solidariedade e cooperação de todos os países será possível manter a paz e a estabilidade mundiais”, diante da “situação caótica internacional”.

Para enfrentar esse quadro de “múltiplos riscos e desafios sobrepostos”, o líder chinês vê maior necessidade no “desenvolvimento sólido e estável das relações sino-ocidentais”, citando a Espanha e a União Europeia.

Descreveu a UE como “um pólo importante no mundo multipolar e uma grande potência” e defendeu “resistir conjuntamente à intimidação unilateral”, referência ao bullying de Donald Trump, questionado há dias pelos porta-vozes chineses.

De sua parte, Sánchez declarou que “não haverá vencedores em uma guerra comercial” e que a Espanha defende o desenvolvimento das relações UE-China. Seu país e o bloco europeu, segundo ele, “estão prontos para fortalecer a cooperação com a China e salvaguardar a ordem comercial internacional”.

Folhapress

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