China simula ataques a ‘alvos-chave’ em Taiwan no segundo dia de exercícios militares

Treinamento é resposta direta ao encontro da presidente de Taiwan com o presidente da Câmara dos Estados Unidos

Rebocador navega no Estreito de Taiwan, na província de Fujian, no sudeste da China Greg Baker/AFP

O GLOBO

A China simulou ataques a alvos-chave em Taiwan, neste domingo, no segundo dia de exercícios militares de “cerco total” à ilha asiática. Os exercícios estão programados para ocorrer até segunda-feira, e fazem parte do “sério aviso” que o governo chinês prometeu como reação à reunião da presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, com o presidente da Câmara dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, na Califórnia nesta quarta-feira.

Taiwan e os Estados Unidos denunciaram a operação, chamada de “Espada Conjunta”, e pediram “contenção” às Forças Armadas chinesas, garantindo ao mesmo tempo que os dois países mantenham abertos seus canais de comunicação com a China.

Pequim, no entanto, prometeu responder à reunião com medidas “firmes e enérgicas”. Os exercícios têm como objetivo estabelecer a capacidade da China de “assumir o controle do mar, espaço aéreo e informações.

O Ministério da Defesa de Taiwan identificou nove navios de guerra chineses e 58 aeronaves ao redor da ilha neste domingo, depois de avistar outros navios e 71 aeronaves no dia anterior. A pasta disse que está monitorando os movimentos dos militares chineses por meio de um “sistema conjunto de inteligência e reconhecimento”, afirmando que os aviões detectados ao meio-dia deste domingo no fuso local (01h00 no horário de Brasília) incluíam caças e bombardeiros.

Também neste domingo, militares chineses simularam a realização de “ataques de precisão” contra “alvos-chave” em Taiwan e nas águas circundantes, envolvendo dezenas de aeronaves e tropas terrestres, segundo a televisão estatal. Pequim disse que contratorpedeiros, lanchas e aviões de combate, entre outros, estão sendo mobilizados nas manobras, que vão até segunda-feira.

— Estou um pouco preocupado, estaria mentindo se dissesse o contrário — disse Donald Ho, de 73 anos. — Se houver guerra, ambos os lados sofrerão muito — acrescentou.

A China considera a ilha de Taiwan, com 23 milhões de habitantes, como uma das suas províncias que ainda não conseguiu reunificar com o resto do seu território, desde o fim da guerra civil chinesa em 1949. Os movimentos “servem como um sério alerta contra o conluio entre forças separatistas que buscam a ‘independência de Taiwan’ e forças externas, bem como suas atividades provocativas”, disse um porta-voz militar chinês, Shi Yi.

Neste sábado, o governo americano reiterou seu apelo “para não mudar o status quo”. “Estamos confiantes de que temos recursos e capacidades suficientes na região para garantir a paz e a estabilidade”, disse o Departamento de Estado em comunicado.

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