Milhões de moradores estão sem energia elétrica e outros milhares tiveram de ser deslocados
Estadão
Ao menos 28 pessoas morreram e outras quatro estão desaparecidas após a passagem do ciclone Sitrang por Bangladesh, onde milhões de moradores estão sem energia elétrica, indicaram as autoridades nesta quarta-feira, 26.
Mergulhadores do serviço de bombeiros encontraram os corpos de quatro tripulantes de um navio-draga que virou no Golfo de Bengala.
A tempestade atingiu a costa na noite de segunda-feira no sul do país. As autoridades conseguiram organizar a transferência para abrigos de cerca de um milhão de pessoas antes de sua chegada.
“Encontramos um corpo na terça-feira à noite e outros três pela manhã (quarta-feira). Quatro tripulantes ainda estão desaparecidos”, disse à AFP Abdullah Pasha, do corpo de bombeiros.
Além disso, quase cinco milhões de pessoas ficaram sem eletricidade nesta quarta-feira, disse Debashish Chakrabarty, chefe do Escritório de Eletrificação Rural, à AFP.
Segundo o governo, cerca de 10.000 casas antigas com telhados de ferro foram “destruídas ou danificadas” e os campos foram devastados em grandes extensões agrícolas.
Quase meio milhão de pessoas que foram retiradas de regiões de baixa altitude agora podem voltar para casa.
Os ventos arrancaram árvores até na capital Dacca, a centenas de quilômetros do centro do ciclone, que também foi afetada pelo dilúvio de segunda-feira.
Cerca de 33.000 refugiados rohingyas na ilha de Bhashan Char, no Golfo de Bengala e muito exposta às tempestades, receberam a ordem de não sair. As autoridades afirmaram que não houve vítimas nem danos.
Bangladesh, com cerca de 170 milhões de habitantes, está entre os países mais afetados por eventos climáticos extremos desde o início do século, segundo a ONU.
No entanto, os procedimentos de retirada nessas áreas também melhoraram graças a previsões meteorológicas mais precisas.
Em 2020, a tempestade Amphan, o segundo “super ciclone” já registrado no Golfo de Bengala, deixou mais de 100 mortos em Bangladesh e na Índia e milhões de afetados.
Tufão, ciclone ou furacão?
Furacões, ciclones e tufões são todos o mesmo fenômeno meteorológico. Os cientistas chamam essas tempestades de nomes diferentes, dependendo de onde elas ocorrem.
No norte do Oceano Atlântico e no nordeste do Pacífico, eles são chamados de furacões. No noroeste do Oceano Pacífico, é conhecido como um tufão. E um ciclone é a tempestade tropical formada no Pacífico Sul e no Oceano Índico.
No Atlântico e norte do Pacífico, as tempestades são chamados de “furacões” por causa do deus chamado Huracan, que segundo a mitologia maia é um dos principais deuses que estiveram envolvidos na criação do mundo e da humanidade.
Todos são um “sistema rotativo e organizado de nuvens e tempestades” que se originaram em águas tropicais ou subtropicais, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos.
“Assim que a velocidade dos ventos atinge 74 milhas por hora (119 km/ h) ou mais, ele é classificado como furacão, tufão ou ciclone tropical, dependendo de onde a tempestade se origina no mundo.”
Eles são classificados numa escala que vai de 1 a 5, com base na velocidade dos ventos.
Quando eles ocorrem?
No Atlântico, a época de furacões ocorre entre 1º de junho e 30 de novembro. Mais de 95% das atividades dos ciclones tropicais ocorrem durante este período nesta região.
Os tufões no noroeste do Oceano Pacífico são mais comuns de maio a outubro, embora possam se formar durante o ano todo.
Na região do Pacífico Sul, a época de ciclones acontece entre novembro e abril. / AFP e AP