Em discurso, Zelenski chama atenção da Hungria e pede posição do país sobre a guerra da Ucrânia

Hungria, que faz fronteira com a Ucrânia, demonstra estar entre apoio às sanções ocidentais e a manutenção de acordos com Putin; Zelenski pediu que país se posicione de um lado ou de outro

Presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, conversa com líderes europeus através de chamada de vídeo em Kiev Foto: Ukrainian presidencial press-service / AFP

Por Estadão

BRUXELAS – Em outro discurso apaixonado aos líderes da União Europeia, o presidente Volodmir Zelenski, da Ucrânia, pediu à Hungria que deixe claro se apoia a Rússia ou a Ucrânia na guerra que acontece ao lado do país. A Hungria faz fronteira com a Ucrânia.

Zelenski falou com os 27 líderes europeus nesta quinta-feira, 25, em uma chamada de vídeo de Kiev, em mais uma tentativa de manter o ímpeto contra a Rússia entre seus aliados. O discurso, cuja cópia foi divulgada nesta sexta-feira, apareceu logo depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deixou a reunião.

“A Lituânia nos representa. A Letônia nos representa. A Estônia nos representa. A Polônia nos representa. França: Emmanuel, eu realmente acredito que você vai nos apoiar”, disse ele, se referindo ao presidente francês Emmanuel Macron. “Alemanha… um pouco mais tarde”, acrescentou.

Mas ele parou na Hungria, cujo líder, Viktor Orban, enfrenta uma eleição no próximo mês. Orban aparenta estar entre o apoio às sanções ocidentais contra a Rússia e a manutenção de ligações estreitas com o presidente Vladimir Putin. “Hungria… quero parar por aqui e ser honesto. De uma vez por todas. Você tem que decidir por si mesmo com quem você está”, disse Zelenski.

“Ouça, Viktor, você sabe o que está acontecendo em Mariupol?”, disse Zelenski, se dirigindo diretamente a Orban e se referindo à cidade do leste da Ucrânia onde ataques russos brutais mataram centenas de pessoas e um bloqueio forçou os moradores a fugir ou se esconder, muitas vezes sem comida ou água.

A Hungria resistiu a algumas sanções, especialmente contra a energia russa, mas não foi a única. A Alemanha e outros países estão resistindo a tais medidas, alegando que prejudicaria desproporcionalmente as economias europeias.

Em um vídeo postado nas redes sociais na manhã desta sexta-feira, Orban rejeitou as sanções de apoio à energia russa. “As sanções significariam que a economia da Hungria desaceleraria e pararia rapidamente”, declarou Orban, dada a dependência da Hungria da energia russa. “Isso é inaceitável. É contrário aos interesses dos húngaros”, concluiu. /THE NEW YORK TIMES

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