Netanyahu dá ultimato ao Hamas e exige libertação de reféns israelenses no sábado

Se o grupo terrorista não aceitar a demanda israelense, cessar-fogo vai acabar, alertou premiê; Trump não acredita que terroristas cederão à pressão.

AFP
O cessar-fogo entre Israel e Hamas em Gaza está por um fio depois que o movimento islamista palestino advertiu, nesta terça-feira, que as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, complicam “ainda mais as coisas” para a trégua no território – AFP

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, deu nesta terça-feira, 11, um ultimato para que o Hamas entregue os reféns israelenses mantidos na Faixa de Gaza até o sábado, 15. Caso contrário, ele afirma que a guerra na Faixa de Gaza será retomada, com combates intensos. A ameaça foi feita um dia depois de o Hamas alegar que Israel descumpriu termos do cessar-fogo e suspender a libertação.

“Se o Hamas não devolver os reféns até o meio-dia de sábado, o cessar-fogo terminará e o Exército de Israel retomará combates intensos até que o Hamas seja finalmente derrotado”, disse Netanyahu em mensagem de vídeo publicada nas redes sociais.

O premiê não especificou, no entanto, se estava se referindo a todos os reféns mantidos em Gaza ou ao pequeno grupo que deveria ser libertado no sábado como parte do acordo de cessar-fogo.

“À luz do anúncio do Hamas de sua decisão de violar o acordo e não libertar nossos reféns, ontem à noite ordenei que a IDF reunisse forças dentro e ao redor da Faixa de Gaza. Essa operação está sendo realizada neste momento. Ela será concluída em um futuro muito próximo”, acrescentou o premiê.

O presidente americano, Trump, já havia ameaçado, na segunda-feira, provocar um “inferno” em Gaza se os reféns israelenses não forem libertados até sábado, como estabelece o acordo de trégua que está em vigor desde 19 de janeiro.

Em paralelo, o presidente americano, Donald Trump, que também exigiu que o grupo terrorista liberte os reféns no fim de semana, disse que não acredita que o Hamas cederá à pressão, o que levaria ao colapso da trégua.

No pronunciamento, o primeiro-ministro israelense também saudou o papel de Trump na pressão para libertar os reféns e sua “visão revolucionária do presidente para o futuro de Gaza”.

Netanyahu estava ao lado de Trump quando ele sugeriu que os Estados Unidos deveriam assumir o controle da Faixa de Gaza, deslocando os palestinos de forma permanente. A ideia foi rechaçada até mesmo por aliados dos EUA.

Na segunda-feira, Trump já tinha dito que o cessar-fogo deveria ser cancelado, caso o Hamas não libertasse o restante dos reféns israelenses até sábado.

Nesta tarde, no entanto, o presidente americano aparentou pessimismo. “Tenho um prazo até sábado, mas não acho que [eles agirão antes] desse prazo”, disse ele na Casa Branca ao receber o rei Abdullah II da Jordânia.

Hamas acusa Israel de violação

O grupo terrorista, que acusa Israel de violar o acordo de cessar-fogo, disse ontem que a próxima liberação de reféns seria adiada por tempo indeterminado. O anúncio veio depois de acusar Israel de violar o cessar-fogo, mediado pelo Catar, com a ajuda dos Estados Unidos e do Egito.

A próxima entrega de três reféns estava marcada para o próximo sábado, e as famílias dizem que o tempo está se esgotando para aqueles que ainda estão vivos.

A troca dos israelenses sequestrados no atentado de 7 outubro por prisioneiros palestinos é parte do frágil cessar-fogo em vigor na Faixa de Gaza. Até agora, o Hamas entregou 16 dos 33 reféns que devem ser libertos nesta primeira etapa do acordo.

Dos 17 reféns ainda a serem libertados de Gaza sob esta fase do cessar-fogo, Israel disse que oito estão mortos./AFP, NYT e AP.

Estadão

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