Desemprego sobe em 12 estados no 1º trimestre; veja ranking

Taxa de desocupação fica estável nas outras 15 unidades da federação, diz IBGE

Marcos Ranyere Portela da Cunha (14.mai.2025)
Sacos de cimento, localizado em loja de material de construção no centro de Parnaíba (PI). Foto: Marcos Ranyere Portela da Cunha (14.mai.2025)

O aumento da taxa de desemprego no Brasil foi acompanhado por altas do indicador em 12 estados no primeiro trimestre de 2025, ante os três meses finais de 2024. É o que apontam dados divulgados nesta sexta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O órgão disse que o desemprego ficou estável nas outras 15 unidades da federação, sem variação significativa em termos estatísticos, considerando o intervalo de confiança da pesquisa.

Segundo o IBGE, a taxa de desocupação aumentou nos seguintes locais: Piauí (+2,7 pontos percentuais), Amazonas (+1,7 p.p.), Ceará (+1,5 p.p.), Pará (+1,5 p.p.), Pernambuco (+1,4 p.p.), Minas Gerais (+1,4 p.p.), Rio Grande do Norte (+1,3 p.p.), Maranhão (+1,3 p.p.), Rio de Janeiro (+1,1 p.p.), Mato Grosso (+1 p.p.), Paraná (+0,8 p.p.) e Rio Grande do Sul (+ 0,7 p.p.).

Na média do Brasil, o desemprego foi de 7% no primeiro trimestre de 2025, após marcar 6,2% nos três meses finais de 2024. Os números integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

Apesar do avanço, a taxa de 7% é a menor para o primeiro trimestre na série histórica. O levantamento começou em 2012.

O resultado do país havia sido publicado pelo IBGE no fim de abril. Nesta sexta, o órgão divulgou a versão mais detalhada da Pnad, que inclui os dados dos estados.

No início de ano, o desemprego costuma subir com a busca por recolocação após o fechamento de vagas temporárias. Para William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE, o mercado de trabalho brasileiro ainda se mostrou “resiliente”.

“Esse aumento no primeiro trimestre é sazonal, devido ao fim dos contratos temporários para o fim de ano. O aumento de 0,8 ponto percentual foi menor que a média dos aumentos [1,1 p.p.] para esse trimestre, o que garantiu que essa taxa de desocupação fosse a menor para um primeiro trimestre na série histórica”, disse o técnico.

Segundo o IBGE, Pernambuco (11,6%), Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%) mostraram os maiores índices de desemprego no primeiro trimestre. As menores taxas foram de Santa Catarina (3%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%).

RENDA SOBE APENAS EM TRÊS ESTADOS

No Brasil, a renda média do trabalho foi estimada pelo IBGE em R$ 3.410 por mês no primeiro trimestre deste ano. O valor é recorde na série histórica. Houve avanço de 1,2% frente aos três meses imediatamente anteriores.

Só três estados, contudo, mostraram altas consideradas significativas, indicou o IBGE. Foram os casos de Rio de Janeiro (6,8%), Santa Catarina (5,8%) e Pernambuco (4,7%).

As demais unidades da federação ficaram no campo da estabilidade, conforme os critérios do instituto.

“Estados importantes, como Santa Catarina, Rio de Janeiro e Pernambuco, apresentaram aumento expressivo do rendimento. Esses estados são significativos, têm uma capacidade de mudar o rendimento médio nacional, assim como São Paulo teria, e por aí vai. Estados menores não teriam essa capacidade”, disse Kratochwill.

DADOS MOSTRAM DIFERENÇAS REGIONAIS

Entre os empregados do setor privado do país, 74,6% tinham carteira de trabalho assinada no primeiro trimestre de 2025. O percentual tem grande variação entre os estados.

As maiores proporções são as de Santa Catarina (87,8%), São Paulo (83,4%) e Rio Grande do Sul (81,5%). As menores ficam no Maranhão (51,8%), no Piauí (52,0%) e no Pará (55,1%).

Já a taxa de informalidade foi de 38% da população ocupada com trabalho no Brasil. Trata-se do percentual de profissionais que recorrem a atividades sem carteira ou CNPJ para ter alguma renda. Isso pode envolver os populares bicos.

As maiores taxas de informalidade foram verificadas no Maranhão (58,4%), no Pará (57,5%) e no Piauí (54,6%) no primeiro trimestre. As menores estão localizadas em Santa Catarina (25,3%), Distrito Federal (28,2%) e São Paulo (29,3%).

Sete estados registraram informalidade acima de 50%. Além de Maranhão, Pará e Piauí, a lista inclui ainda Amazonas (53,3%), Ceará (52,5%), Bahia (51,9%) e Paraíba (51,3%).

Um ano antes, no primeiro trimestre de 2024, o Brasil tinha oito unidades da federação nessa situação.

“Isso é mais comum de acontecer nas regiões onde a economia não é tão desenvolvida, onde não há tanta presença de empresas maiores”, afirmou Kratochwill.

Folhapress

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