Mandetta afirma que nova cepa do coronavírus pode gerar uma megaepidemia no Brasil

O avanço da cepa é apontado como uma das razões para a explosão de casos e o consequente colapso no sistema de saúde.

© 2020 Getty Images RIO DE JANEIRO, BRASIL – 30 DE DEZEMBRO: Carros circulam pela avenida Brasil em direção ao litoral do Rio de Janeiro durante os dias que antecederam a véspera de Ano Novo em 30 de dezembro de 2020 no Rio de Janeiro, Brasil. Um decreto da Prefeitura do Rio determinou a proibição de festas, eventos e tráfego de veículos em toda a orla da cidade para evitar aglomerações e disseminação do coronavírus covid-19 na cidade, que possui o maior índice de contaminação do país . (Foto de Andre Coelho / Getty Images).

Por Estadão

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta quarta-feira (27), que o Brasil pode ter uma megaepidemia causada pela nova variante do coronavírus, identificada em Manaus, em aproximadamente 60 dias. Mandetta também fez um alerta sobre a falta de cuidados ao transferir pacientes para outros Estados.

“Hoje nós temos quatro grandes crises sanitárias. E entrando a quinta crise que é essa história, dessa Cepa, dessa variante de Manaus, que o mundo inteiro está fechando os voos para o Brasil e o Brasil está, não só aberto normalmente, como está retirando paciente de Manaus e mandando para Goiás, mandando para a Bahia, mandando para outros lugares sem fazer os bloqueios de biossegurança”, disse o ex-ministro durante entrevista ao programa Manhattan Connection, da TV Cultura.

O avanço da cepa é apontado como uma das razões para a explosão de casos e o consequente colapso no sistema de saúde no Amazonas. Segundo estudos feitos por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e Fiocruz Amazonas, a cepa teria surgido em Manaus em dezembro e vem se disseminando com rapidez. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a variante encontrada no Brasil já é vista em oito países.

O ex-ministro, que deixou o governo em abril do ano passado, também voltou a comentar sobre as divergências com o presidente Jair Bolsonaro. “Nós tínhamos uma doença nova e um sistema com problemas antigos. Eu tinha que proteger esse sistema e reorganizar dentro de um ambiente de governo extremamente hostil a qualquer iniciativa de reorganização”, disse Mandetta, relembrando que optou por ter uma comunicação direta com a população. “Como não tinha campanha do governo e o presidente fazia o contrário, eu passei a me comunicar com a sociedade para que ela construísse uma linha de defesa.”

Questionado sobre as atuais vacinas contra a covid-19, Mandetta afirmou que o imunizante desenvolvido pelos laboratórios Pfizer e BioNTech é o que chama mais atenção, mas comenta sobre as necessidades do Brasil. “Para um País que não tem como chegar uma vacina a -70 graus em todos os rincões, a vacina tanto da Coronavac, quando da AstraZeneca, são aquelas que melhor se aplicam aqui”, disse. “E eu vou tomar aquela que estiver disponível para mim”, complementa.

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