Investigações da Polícia Civil apontam que essas influenciadoras ostentam um estilo de vida de luxo incompatível com sua renda declarada.

Jogos de azar ilegais, tráfico de drogas, envolvimento com facções criminosas e apologia ao crime: essas são algumas das infrações atribuídas a influenciadoras digitais piauienses. O uso crescente das redes sociais para promover tais ações tem sido motivo de alerta para a Secretaria de Segurança do Piauí.
Segundo o órgão, entre 2023 e 2025, diversos casos de mulheres com milhares de seguidores foram identificados. Esse fenômeno tem sido interpretado como uma estratégia de recrutamento, naturalização da violência e lavagem de imagem por parte de facções criminosas.
Investigações da Polícia Civil apontam que essas influenciadoras ostentam um estilo de vida de luxo incompatível com sua renda declarada, exibem armas, divulgam símbolos de facções e promovem jogos como o “jogo do tigrinho”.
Samya Silva, 21 anos: Conhecida por divulgar o jogo do tigrinho, foi assassinada por uma facção rival em 2023, na zona Leste de Teresina. Antes de ser morta, publicou um vídeo mencionando uma briga ocorrida em uma festa. Ela tinha 50 mil seguidores no Instagram, onde compartilhava sua rotina e opiniões polêmicas.
Brenda Raquel, Letícia Ellen, Milena Pamela e Marta Evelin (Yrla Lima): Presas durante a Operação Jogo Sujo por promoverem apostas ilegais. Segundo a SSP, eram contratadas pelas plataformas para divulgar os serviços como se fossem marcas comuns, aproveitando-se de seus altos números de seguidores.
Maria Eduarda, conhecida como “Charmosinha do 15”: Presa três vezes entre 2024 e 2025, é investigada por ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), além de assaltos e tráfico de drogas. Com mais de 35 mil seguidores, também promovia jogos ilegais.
Ana Azevedo: Presa nesta quarta-feira (30) por suposto envolvimento com uma facção criminosa, exercendo funções como logística do tráfico, disciplina interna e arrecadação de dinheiro ilícito. Nas redes sociais, Ana publicava vídeos de danças e conteúdos com apologia ao crime.
O delegado Charles Pessoa, da DRACO, afirmou que essas mulheres são “criminosas” que usam as redes sociais como uma “vitrine do crime” para atrair jovens.
“Estamos atentos e vamos continuar combatendo esse fenômeno. A Segurança Pública do Piauí vê além dos filtros, além das telas”, disse.
MeioNews