Convocado, reverendo apresenta atestado médico para não depor à CPI da Covid

O reverendo, fundador da ONG Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários), iria prestar depoimento na próxima quarta-feira (14).

Reunião para instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Pandemia e eleição para os cargos de presidente e vice-presidente a mesa. Edilson Rodrigues – 27.abr.21/Agência Senado/Edilson Rodrigues

Por Folhapress

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O reverendo Amilton Gomes de Paula encaminhou nesta segunda-feira (12) para a CPI da Covid um atestado médico para justificar sua impossibilidade de comparecer ao depoimento nesta semana.

O reverendo, fundador da ONG Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários), iria prestar depoimento na próxima quarta-feira (14).

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), por sua vez, informou inicialmente que iria solicitar uma perícia no atestado médico apresentado pelo reverendo.

Aziz depois aumentou a rigidez de sua demanda e pediu uma perícia médica do reverendo. A pedido da CPI, a Junta Médica do Senado federal encaminhou um ofício a Gomes de Paula o convocando para comparecer nesta terça-feira (13), às 15h, para uma perícia médica presencial.

O reverendo deve trazer toda a sua documentação relacionada ao caso, como exames laboratoriais e de imagem, além de relatórios médicos.

Amilton Gomes de Paula entrou no radar da comissão pois teria recebido autorização do Ministério da Saúde para negociar a compra de 400 milhões de doses da Astrazeneca, através da empresa Davati Medical Supply.

Essa autorização foi concedida por Laurício Monteiro Cruz, então diretor de imunização do Ministério da Saúde, que acabou exonerado na semana passada.

O reverendo também teria sido o responsável por colocar em contato o policial militar Luiz Paulo Dominghetti, que buscava negociar as 400 milhões de doses da imunização, e representantes do Ministério da Saúde.

O jornal Folha de S.Paulo publicou denúncia de Dominghetti na qual afirma ter recebido pedido de propina de US$ 1 por dose da vacina para avançar dentro do ministério a negociação. O pedido teria sido feito pelo ex-diretor de logística da pasta Roberto Ferreira Dias, exonerado no dia em que a reportagem foi publicada.

Em depoimento à CPI da Covid, Dias confirmou que chegou a receber o reverendo Amilton Gomes de Paula em uma audiência no Ministério da Saúde. O ex-diretor foi questionado inúmeras vezes sobre quem teria pedido a ele para que recebesse o reverendo. Dias afirmou não se recordar.

Senadores da comissão desconfiam que possa ter sido alguém próximo ao presidente Jair Bolsonaro ou mesmo o próprio chefe do Executivo.

O grupo majoritário da CPI vai se reunir na noite desta segunda-feira (12) e deve organizar ajustes no calendário de depoimentos desta semana.

Nesta semana, a CPI vai voltar a carta para a apuração das acusações de irregularidades na negociação de vacinas. Na terça-feira (13), vai prestar depoimento Emanuele Medrades, que é representante da Precisa Medicamentos.

Senadores investem nesse depoimento, para tentar contornar o habeas corpus que foi obtido pelo sócio-administrador da empresa, Francisco Maximiano, que acabou portanto tendo seu depoimento cancelado.​

Na quinta-feira, será a vez do tenente-coronel Marcelo Blanco, que participou do encontro em que teria acontecido o pedido de propina. Na sexta-feira, será a vez da oitiva de Cristiano Carvalho, representante da Davati no Brasil.

DEPOIMENTOS MARCADOS PARA ESTA SEMANA

Terça (13): Emanuela Medrades, representante da Precisa Medicamentos, envolvida na negociação da Covaxin;

Quarta (14): Amilton Gomes, reverendo e presidente da Senah, supostamente, envolvido no caso Davati;

Quinta (15): Coronel Marcelo Blanco, ex-assessor do Ministério da Saúde, que participou de jantar onde teria ocorrido o pedido de propina;

Sexta (16): Cristiano Carvalho, representante da Davati Medical Supply

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