Câmara pagou R$ 27,36 por quilo do mesmo tipo do café no contrato atual; Casa diz que busca evitar desabastecimento do produto consumido por deputados, servidores e visitantes
A inflação do café chegou às compras da Câmara, que abriu uma licitação na qual aceita pagar 133% a mais por quilo do produto neste ano. Em 2024, o preço pago foi de R$ 27,36. Agora, a Casa prevê desembolsar até R$ 63,78 por quilo. O café exigido é o mesmo: com ao menos 85% de “café arábica”, um grão mais refinado, e com a torra “moderadamente clara a moderadamente escura”.
A Câmara vai comprar 29 toneladas de café em pó “categoria superior” e prevê gastar até R$ 1,8 milhão no total. O preço do grão moído de café no País subiu 50,35% no acumulado dos 12 meses anteriores a janeiro.
Procurada, a Câmara afirmou que a compra está prevista no planejamento anual da Casa para evitar o desabastecimento de café no órgão. O contrato atual acaba em agosto. A bebida é servida a deputados, servidores e visitantes.
Na última licitação do mesmo tipo de produto, em agosto passado, a Câmara fechou o contrato por R$ 1,6 milhão por 59 toneladas de café, ou R$ 27,36 por quilo. Na ocasião, a compra valeu por um ano.
Agora, na licitação atual, com preço máximo de R$ 63,78 o quilo, a compra será de 29 toneladas e valerá por seis meses, uma média de 5 toneladas ao mês. A licitação foi aberta no último dia 27 na modalidade pregão eletrônico, em que o menor preço ofertado é o vencedor. O processo está na fase de recebimento de propostas.
O café tem sido um dos produtos mais afetados pela inflação. O grão moído de café teve uma alta de 50,35% no acumulado dos 12 meses até janeiro passado, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aferido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Estadão
