Juiz mantém Bolsonaro no banco dos réus por incitação ao estupro de Maria do Rosário

Omar Dantas Lima, da 3ª Vara Criminal de Brasília, ratifica decisão do STF e determina que processo contra ex-presidente por apologia ao crime deve prosseguir

Maria do Rosário e Bolsonaro discutiram na Câmara em 2014; ex-presidente afirmou que não ‘estupraria’ a colega porque ela ‘não merece’. Fotos: Dida Sampaio / Estadão

Estadão

O juiz Omar Dantas Lima, da 3.ª Vara Criminal de Brasília, seguiu a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que recebeu a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por incitação ao crime ao dizer que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela ‘não merece’.

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O caso aconteceu em 2014, quando Bolsonaro também era deputado federal. Como o ex-presidente tinha prerrogativa de foro, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi analisada no STF. Com o fim do mandato, o caso foi enviado à primeira instância.

O juiz decidiu dar continuidade ao processo. “Ratifico os atos processuais realizados na instância originária e determino o prosseguimento do feito”, escreveu.

Nas redes sociais, o ex-presidente afirmou ser vítima de ‘perseguição’. “Fui insultado, me defendo e mais uma vez a ordem dos fatos é modificada para confirmar mais uma perseguição política conhecida por todos”, escreveu.

Em julho, a Justiça do DF arquivou uma outra ação contra Bolsonaro, por injúria e calúnia contra Maria do Rosário, aberta na esteira das mesmas declarações. O juiz Francisco Antonio de Oliveira, do 2.º Juizado Especial Criminal de Brasília, concluiu que o caso prescreveu.

O ex-presidente já foi condenado a pagar R$ 10 mil em danos morais pela mesma ofensa, em decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal de 2015, reiterada pelo STF em 2019.

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