Sob suspeita, emendas parlamentares na Saúde são limitadas por ministério

Medida foi tomada após denúncias de que prefeitos inflaram artificialmente os gastos na área

A ministra da saúde, Nísia Trindade. 20/03/2023. Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Estadão

O Ministério da Saúde publicou na última quarta (29) novos limites para o repasse de emendas parlamentares a municípios e rebaixou o teto de boa parte das cidades do País. É a pasta que determina quanto cada município pode receber para gastar em custeio e na compra de equipamentos, de acordo com o tamanho de sua rede de atendimento. Os valores permitidos foram reduzidos ao patamar de 2019, primeiro ano do governo Jair Bolsonaro, antes do casamento dele com o Centrão. Técnicos da pasta decidiram desconsiderar os valores dos três anos seguintes devido a denúncias de que prefeitos inflaram artificialmente os gastos em saúde só para ampliar os seus tetos e receber mais verbas de emendas parlamentares.

O ministério informou que está seguindo recomendação do TCU, que investiga a lisura desses repasses. A pasta editará uma portaria para corrigir eventuais distorções em cidades que comprovarem o efetivo aumento de gastos com saúde.

A manobra de inflar os gastos foi revelada pela revista Piauí. Deputados e senadores inundaram pequenos municípios do Maranhão com emendas do chamado orçamento secreto. A farra não teve limites porque as cidades informaram ao governo que estavam gastando mais com saúde. Os números, porém, se mostraram incompatíveis com o tamanho da população.

Os novos limites pegaram de surpresa parlamentares que reservaram fatias de suas emendas neste ano para seus redutos políticos. Cada deputado terá o recorde de R$ 32 milhões em emendas individuais, metade tem de ser aplicada em saúde.

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