Time do River fez treino no Albertão, na sexta-feira (3). Último jogo no estádio foi em fevereiro.
Por Cidade Verde
Na tarde de 17 de março, o River treinou, mas com jogadores visivelmente contrariados. Eduardo, capitão do time, foi escalado para falar com a imprensa e deixou claro o temor com o avanço do novo coronavírus.
O Parnahyba, com jogadores de máscaras, embarcou do litoral para a capital. No meio do caminho, a delegação soube que não só o jogo com o River, mas todo o Campeonato Piauiense havia sido suspenso por tempo indeterminado.
O último jogo de futebol profissional disputado no Piauí foi a vitória do 4 de Julho sobre Picos (1-0), em 15 de março, no estádio Ytacoatiara, em Piripiri.
No Albertão, a bola não rola desde 26 de fevereiro, quando o River foi eliminado pelo América (RN), nos pênaltis, na segunda fase da Copa do Brasil.
Depois disso, todas as partidas do Galo foram disputadas no Lindolfo Monteiro, inclusive a última antes da pandemia: derrota por 1 a 0 para Picos, no dia 11 de março.
Veio a pandemia, e o Lindolfo Monteiro foi destinado a abrigar moradores de rua. O Albertão até foi cogitado para receber um hospital de campanha, mas a missão coube ao ginásio Verdão.
E agora, quase seis meses depois, o Piauí terá um jogo de futebol profissional: River e Guarany de Sobral (CE) jogarão neste sábado (5), às 16h, sem torcida e com protocolos para evitar o risco de contágio pelo coronavírus. Afinal, a pandemia não acabou.
Será o primeiro jogo do futebol piauiense desde 15 de março.
O primeiro jogo do River em Teresina desde 11 de março.
O primeiro jogo no estádio Albertão desde 26 de fevereiro.
De lá para cá, muita coisa mudou. Flávio Araújo é o novo treinador do River. E Wallace Lemos, que comandaria o Parnahyba contra o Galo antes da pandemia, agora é o técnico do Guarany de Sobral.
Os dois times se preparam para a Série D do Campeonato Brasileiro. Mas a partida de hoje serve também como ensaio para futuros eventos enquanto a vacina contra o coronavírus não fica pronta.
Mais do que um teste para os times e organizadores, o jogo de hoje é um evento histórico. Algo para ser lembrado no futuro. Uma partida com exigências jamais vistas no futebol piauiense.
Repórteres, cinegrafistas e fotógrafos não poderão ficar no gramado – no máximo, terão acesso até as arquibancadas.
Jogadores, com testes feitos previamente, terão temperatura auferida na entrada do estádio.
Os árbitros também foram testados. Jardiel da Rocha Soares apitará a partida com auxílio de Márcio Iglesias Araújo Silva e Maura Cunha Costa. O quatro árbitro, Antônio Francisco de Paula, ficará na lateral do campo, sempre de máscara.
Na dúvida, pode sobrar álcool 70% até para a bola. Melhor prevenir do que remediar.
O torcedor não poderá entrar – e não poderia mesmo sem pandemia, porque a Justiça Desportiva só liberou o Albertão para jogos com portões fechados. Tudo por conta da confusão após o jogo com o América (RN) pela Copa do Nordeste, antes da eliminação para o time potiguar na Copa do Brasil.
A polícia fará rondas ao redor do estádio. Quem quiser aglomerar ou invadir o Albertão para ver a partida, pode se dar mal.
É difícil para o torcedor não poder acompanhar seu time no estádio. Mais difícil pode ser se recuperar da covid, ou perder um ente querido para a doença.
Para quem não quer perder a partida, o River fará a transmissão pela internet, com direito a sorteio de prêmios.
É o ensaio para a retomada. Vamos torcer para tudo dar certo.