O candidato ao governo Sílvio Mendes, do União Brasil, emitiu uma nota em que anunciou cerca de uma hora antes que não participaria do Debate
Por Estadão
Faltando três dias para a votação, o último debate do primeiro turno das eleições foi um dos mais polêmicos da história da política local, sendo marcado pelas discussões relacionadas ao porte de arma do candidato Coronel Diego Melo (PL), que é militar. Em sua defesa, o pleiteante sinalizou que ‘sempre’ anda armado, alegando que garante a própria segurança e dos seus familiares. Noutro sentido, os pleiteantes ao Governo do Piauí, Lourdes Melo (PCO), Madalena Nunes (PSOL), e Geraldo Carvalho (PSTU) protestaram veementemente contra a presença do candidato armado, destacando que o debate é um espaço democrático e não havia necessidade de Diego Melo portar o instrumento. O debate foi ancorado pelo jornalista Ieldyson Vasconcelos.
Inclusive, antes do retorno do segundo bloco, eles se recusaram a retornar ao confronto de ideias caso o candidato do Partido Liberal não entregasse a arma. Após mediação do Grupo Meio Norte de Comunicação (GMNC) e as assessorias dos participantes, o debate foi retomado.
Com a polêmica criada, outros temas foram deixados de lado, embates entre as candidatas Ravenna Castro (PMN) e Gessy Lima (PSC) também se destacaram durante os blocos. Participaram oito pleiteantes ao Executivo Estadual, Silvio Mendes (União Brasil) foi o único que não compareceu.
Silvio Mendes alega “perseguição”
O candidato ao governo Sílvio Mendes, do União Brasil, emitiu uma nota em que anunciou cerca de uma hora antes que não participaria do Debate Meio Norte e alegou “perseguição dos candidatos adversários”.
“O debate é um lugar para se discutir as melhores propostas para a população, mas infelizmente o que vimos nesses últimos debates foram candidatos fazendo rodízio para nos atacar. Não é isso que o piauiense merece. Desta forma, já tendo cumprido com o meu compromisso de ir em um debate de cada emissora, nós comunicamos que não participaremos do segundo debate da TV Meio Norte”, sinalizou a assessoria do candidato em nota à imprensa.
Coronel Diego quer gerar 600 mil empregos
Candidato do PL, o coronel Diego Melo disse que emprego e renda são gerados pelos empreendedores e por quem paga imposto. “Em nosso governo, o foco é o desenvolvimento econômico através do pequeno, médio e grande empresário. Nosso desejo é que todo pequeno seja grande”, disse, que vai reduzir pelo menos 40 secretarias e gerar 600 mil empregos para resgatar a dignidade, a paz e a prosperidade do Piauí.
Ele se solidarizou com empresários que tiveram empresas fechadas e declarou que o Piauí é rico e tem potencial em energia, turismo e agronegócio. “Temos potencial para ser o estado mais rico e precisamos de um governo que não roube e não deixe roubar”, disse.
Diego Lima disse que vai combater a corrupção e a violência. “Prometeu lutar pela liberdade e disse que não vai fazer igual à esquerda para tirar a liberdade de ir e vir, de ter o direito de ter arma”, disse, afirmando que respeita a opinião de Geraldo Carvalho, mas reforçou que vai lutar para garantir a liberdade. Ele disse que vai reduzir a burocracia para geração de emprego e renda com liberdade econômica.
Gessy Lima foca no desenvolvimento econômico
Gessy Lima afirmou que o pilar de sua gestão é o desenvolvimento econômico com turismo, agricultura, engenharia. “O Estado não produz riqueza”, disse, citando que o maior feito de Rafael Fonteles foi aumentar os tributos que impediu a sobrevivência de empresas.
Ao responder sobre sua prioridade, ela defendeu o agronegócio e mais tecnologia, pois a agricultura familiar não é capaz de suprir as necessidades. “Sou pelo apoio ao desenvolvimento econômico seja grande, pequeno e médio”, ela disse que não é desinformada e declarou que como governadora tem compromisso de aumentar o efetivo da polícia militar e civil.
Para a candidata, o Piauí vive crise na segurança e a sociedade vive com medo e presidiária em suas casas. A candidata disse que gera quatro vagas de trabalho e são pessoas que não pretendem parar de trabalhar.
Geraldo quer dobrar o orçamento da UESPI
O candidato Geraldo Carvalho lamentou a ausência de Sílvio Mendes, a quem chamou de candidato 01 de Bolsonaro. Para Geraldo, a riqueza é produzida pela população. “A produção é social e a apropriação é privada. Os trabalhadores pagam a maior parte dos impostos e nós vamos mudar essa regra”, disse.
O pleiteante do PSTU pontuou para a necessidade de valorizar os profissionais da educação. “É preciso garantir a valorização dos profissionais da educação, atualizar salários que o time dos caloteiros deixou de pagar e fazer o rateio do Fundef”, disse.
Ele criticou as salas de aulas fechadas, sinalizando que as escolas estão distantes das moradias. “Falta creche, escola e a Uespi está abandonada, sem autonomia financeira, sem biblioteca, laboratórios. É preciso dobrar o orçamento da Uespi”, disse.
Ele disse que o candidato Rafael Fonteles foi contraditório e faz jogo duplo, acende vela para o agronegócio e a agricultura familiar e defendeu a reforma agrária com controle do povo.
Gustavo Henrique defende zonas industriais
O candidato Gustavo Henrique disse abominar qualquer tipo de discriminação. “Nosso governo vai trabalhar pela igualdade, vamos começar pela escola”.
Ao responder sobre desenvolvimento econômico, ele disse que vai atuar fortemente nas zonas industriais, respeitando as vocações das macrorregiões do estado. “Vamos fazer busca ativa e agregar as famílias em degradação”, disse, enfatizando que muitos jovens estão indo embora por falta de trabalho.
“Temos que proteger e dar oportunidade de trabalho para a juventude, que está sendo cooptada pelo mundo do crime”, disse, destacando que o agronegócio é importante, mas não gera renda para população na região.
Para o candidato, a agricultura familiar é importante e disse que não se pode deixar o brasileiro escravo de programas sociais e reafirmou mais uma vez que vai despolitizar as áreas essenciais e fará concurso para contratar mais policiais militares e bombeiros.”Vamos ativar o estado para abraçar o social. O Estado precisa estar presente onde não está”, declarou.
Lourdes quer reduzir jornada de trabalho
No debate, a candidata criticou o fato do coronel Diego Melo estar armado. Ela disse que o debate foi um teatro de forma policialesca e que o candidato só pode estar com arma na cueca. Ela também fez referências a Gessy Lima como barbie da pistola. Ao responder Gessy Lima, Lourdes Melo afirmou que ela defende setor da sociedade que explora e não gera riqueza. “O agronegócio não tem terra nem nas unhas”, disse, enfatizando que empresários são parasitas e disse que a candidata tem quatro funcionários e disse que ela vive explorando os trabalhadores.
Lourdes Melo defendeu redução da jornada de trabalho para 35 horas para abrir mais vagas de emprego. “Defendemos reforma agrária com tecnologia e assistência técnica”, disse, defendendo uma revolução da classe trabalhadora
Madalena quer priorizar a agricultura familiar
Madalena Nunes disse que o Programa Piauí para o Bem Viver prioriza a agricultura familiar e ao responder Gustavo de Carvalho, defendeu uma educação libertadora que resgata e afirma o legado de Paulo Freire e declarou ser necessário radicalizar a democracia.
Ela falou ser inaceitável a presença de candidato armado em debate. “Ela disse conhecer Cuba e todos têm moradia”, diz, enfatizando que o país não tem fome.
Madalena explicou que o estado é fomentador e disse que a revolução tecnológica já permite a redução de jornada. Mas a busca por lucro exagerado dos empresários não permite a redução. “Nosso país é muito rico e o povo passa fome por existir concentração de renda. O agronegócio lucra horrores para contaminar a terra”, disse.
Para a candidata, o orçamento secreto é absurdo, mas a corrupção é um mal do capitalismo, pois enquanto 33 milhões de pessoas passam fome. “Nosso programa coloca a importância dos trabalhadores”.
Rafael pauta a educação em tempo integral
Rafael Fonteles prometeu ampliar as ações e investimentos em cultura, no projeto patrimônio vivo e apostando nos Pontos de Cultura nos municípios. Rafael esclareceu que fará com o espaço do Albertão o mesmo que foi feito com outros espaços.
O candidato falou do tripé da educação de tempo integral, casado com ensino profissionalizante e estágio remunerado e declarou que o Piauí tem oportunidade de escolher quem deve governar.
Rafael Fonteles disse que toda denúncia precisa ser apurada com transparência e apresentou suas propostas para saúde com descentralização de serviços de neurocirurgias, ampliação de UTIs e defendeu uma articulação e sistema eficiente entre os governos. “Vamos investir em tecnologia e sistema de regulação melhor”, disse, destacando o Piauí como campeão de vacinação em todo o Brasil, permitindo que milhares de vidas foram salvas.
Para juventude, Rafael do acesso à cultura e ao esporte e à educação e pediu votos.
Ravenna Castro quer desenvolver a educação
A candidata defendeu a educação como fator preponderante para evolução social. “Dou graças à minha profissão para sustentar a família”, disse, destacando que sabe da importância de escolas.
“Somos terminantemente contra qualquer tipo de agressão e discriminação”, disse, enfatizando que o momento é de avaliar as propostas e ver quem tem propostas para governar com o povo pobre.
Ravenna Castro disse que a proposta do cidadão de bem ter uma arma não significa ter uma deliberação geral. “As pessoas passam por exames e passam por critérios. Não é todos que podem ter arma. Concordo com aquisição de arma, com critérios para obtenção da arma”, disse.
A candidata disse que o cenário atual do Brasil é de terror e declarou que a campanha está acirrada e se solidarizou com as demais candidatas, afirmando que o espaço do debate é político.