Parte dos economistas projeta IPCA acima de 4,5% em 2024, mesmo com provável trégua da energia em novembro
A bandeira tarifária amarela deve aliviar as contas de luz no Brasil em novembro, mas não afasta o risco de estouro da meta de inflação em 2024, dizem economistas.
A possibilidade de o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) fechar o ano com alta acima de 4,5% –o teto da meta– se mantém devido a uma combinação de fatores.
A carestia de alimentos como as carnes, a pressão do dólar mais alto e a eventual aplicação de uma bandeira tarifária mais cara em dezembro fazem parte dessa lista.
O centro da meta de inflação é de 3%, e a tolerância é de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Isso significa que o objetivo será cumprido pelo BC (Banco Central) caso o IPCA fique no intervalo de 1,5% (piso) a 4,5% (teto) no acumulado dos 12 meses até dezembro.
Vale diz que o preço das carnes é uma das ameaças à inflação na reta final de 2024, pois o produto passou a subir após período de trégua no Brasil. Isso, segundo ele, deve contribuir para uma alta maior do que a esperada inicialmente para os alimentos consumidos em casa.
Na quinta (24), economistas demonstraram preocupação com o cenário de inflação no país, após o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgar os dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15).
O índice, que sinaliza uma tendência para os preços no IPCA, acelerou a 0,54% em outubro, acima da mediana das projeções. Com o resultado, passou a acumular alta de 4,47% em 12 meses.
A definição das bandeiras depende das condições de chuva no Brasil.
Na mediana, a previsão do mercado financeiro para a inflação de 2024 subiu a 4,5%, justamente o teto da meta, conforme a edição do boletim Focus divulgada pelo BC na segunda (21), antes do IPCA-15.
Fonte: Folha de São Paulo