Bolsonaro voltou a repetir que não falou as palavras “Polícia Federal” na reunião de 22 de abril, diferentemente do que afirmou o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) em depoimento na terça-feira (12) como testemunha no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal.
“O Ramos se equivocou. Mas como é reunião, tem o vídeo. O Ramos, se ele falou isso, se equivocou. Se ele falou isso aí”, disse Bolsonaro.
No depoimento de terça, questionado sobre a reunião, Ramos afirmou que: “Por duas vezes, ouviu o presidente da República reclamar da necessidade de ter mais dados de inteligência para a tomada de decisões e que, contudo, na reunião do dia 22 de abril, nominou os órgãos Abin, Forças Armadas, Polícia Federal, Polícia Militar dos estados e, se outros foram mencionados, não se recorda”.
Na entrevista desta quarta, Bolsonaro disse que não citou na reunião os termos “Polícia Federal”, “superintendência” e “investigação sobre filhos”.
De acordo com o presidente, ele falou sobre a segurança da família, que compete ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e não ao Ministério da Justiça, que na reunião ainda era comandando por Moro. Bolsonaro também afirmou não ter falado o nome de Moro na reunião.
“Não falei o nome dele no vídeo (de Moro). Não falei o nome dele no vídeo. Não existe a palavra Sérgio Moro. Eu cobrei a minha segurança pessoal no Rio de Janeiro. A PF não faz minha segurança pessoal, quem faz é o GSI”, disse.
Questionado se na reunião insinuou substituir os titulares da Justiça ou do GSI, o presidente disse: “tá na cara. quem trata de segurança? O ministro é o Heleno. O ministro é o Heleno”. O presidente não quis detalhar se cogitou demitir Heleno.
Edição: Guilherme Mazui – G1