Bolsonaro costuma cumprimentar e tirar selfies com os apoiadores e ouvir pedidos e reclamações diariamente. No entanto, nesta segunda, se mostrou impaciente e irritado.
Por Correio Brasiliense
Jair Bolsonaro (sem partido) se irritou e deu uma bronca em um apoiador hoje no retorno das conversas diárias na saída do Palácio da Alvorada. O presidente voltou a rotina nesta manhã e, antes de se dirigir ao Palácio do Planalto, interagiu brevemente com um grupo de apoiadores que se aglomeravam na portaria da residência oficial do chefe do Executivo.
A impaciência de Bolsonaro se fez visível quando um homem disse ao mandatário que precisava conversar com ele sobre a falta de postos de trabalho no país. De acordo com o apoiador, ele teria a fórmula para acabar com o desemprego. O presidente rebateu:
“Eu sei que você acaba o desemprego do Brasil, mas não… Explica pra alguém isso daí. Você tá todo dia aqui falando que acaba com o desemprego. Não dá para conversar. Me desculpe. Dá para conversar com um assessor meu?”.
Diante da insistência do homem, Bolsonaro respondeu então que, se parar para ouvir todo mundo no local, precisará “montar um escritório” no Alvorada.
“Se todo mundo que vier aqui quiser falar comigo, eu vou montar um escritório… vou botar uma escrivaninha aqui e atender [os apoiadores].”
Depois uma das mulheres presentes afirmou ser de Roraima e disse a Bolsonaro que o local “está precisando muito da ajuda dele”. O presidente responde que já havia enviado verbas.
“Nós já ajudamos com dinheiro. Mandamos recursos para todos os estados e Roraima foi também. Agora, não sei o porquê, estão transferindo o pessoal doente de Boa Vista para Manaus”
Outra apoiadora reclamou que viajou de São Paulo para ver o presidente e no domingo foi “impedida de tudo”. “A gente não pode nem ir na igreja. Estava tudo fechado.
É um absurdo a gente, como brasileira, ter que passar por isso. Essa pouca vergonha do STF. É inconstitucional proibir a gente de hastear uma bandeira brasileira”, afirmou. “A gente tem esperança no senhor, Bolsonaro”, emendou ela.
O presidente respondeu já impaciente. “O que eu posso te dizer? Foram 30 anos de destruição deste país. Alguém quer que eu resolva em um ano?”, questionou. Já a uma seguinte apoiadora que se dirigiu a ele pedindo que olhasse para obras de infraestrutura no Riacho Fundo (DF), Bolsonaro disparou: “O mais rápido possível que eu tenho uma agenda cheia”.
“Eu vou ser prefeito”
Enquanto ela falava, Bolsonaro rispidamente rebateu:
“Minha senhora, se eu for tratar assunto individualmente do Brasil todo eu vou ser prefeito e não presidente da República”.
Bolsonaro se aproximou de sua claque hoje usando máscara de proteção e fazendo um alerta. A postura é diferente do que o presidente vinha demonstrando antes de ser contaminado pelo coronavírus, quando ignorava medidas básicas de proteção no contato com os apoiadores.
“Sem apertar a mão, gente. Desculpa aí. Eu estou imunizado já, mas evito o contato.”
O presidente anunciou que estava livre da doença no sábado (25), com um anúncio feito pelas redes sociais. No mesmo dia, saiu de moto para ir ao mesmo estabelecimento onde ele comprou o veículo no ano passado.
Além dos despachos de rotina, Bolsonaro tem hoje na agenda dois compromissos oficiais: reuniões com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e o ministro da Economia, Paulo Guedes.