Canadá vence Suécia no futebol feminino e conquista seu 1º título nas Olimpíadas

Seleção, responsável por eliminar Brasil e EUA, teve caminho tortuoso até o título inédito; decisão saiu nos pênaltis.

Fleming marcou pela seleção do Canadá – Jeff Pachoud/AFP

Por Folhapress

O Canadá conquistou a tão sonhada medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. O resultado, além de inédito para o país, fecha com chave de ouro o ciclo de Christine Sinclair com a camisa canadense. Ela, que é a jogadora com mais gols internacionais na história – entre homens e mulheres -, entrou em campo aos 38 anos para a sua primeira final de um grande torneio internacional. Com cinco Copas do Mundo e quatro Olimpíadas na bagagem, Sinclair liderou o Canadá em dois bronzes consecutivos antes de garantir o ouro.

A partida terminou em 1 a 1, com gols marcados por Blackstenius (Suécia) e Fleming (Canadá) no tempo regular. A prorrogação seguiu o mesmo placar, enviando a decisão para os pênaltis. Nas penalidades, após uma sucessão de defesas das duas goleiras e cobranças nas traves, as canadenses ficaram com o topo do pódio.

A final, disputada no Estádio de Yokohama, havia sido marcada para as 11h da manhã em horário de Tóquio, mas foi adiada para 10 horas depois. À noite, sem o calor de meio-dia do verão japonês, a partida foi disputada em seu melhor nível

A inglesa Bev Priestman, de 35 anos, era a comandante mais jovem desta edição dos Jogos Olímpicos. Ela mantém a sequência de técnicas campeãs olímpicas que começou em 2004 com April Heinrichs (EUA). Nos outros Jogos, as medalhistas de ouro foram Pia Sundhage (EUA, em 2008 e 2012) e Silvia Neid (Alemanha em 2016).

Comandadas por Bev Priestman, as canadenses eram a zebra desta final. Responsáveis por eliminar a seleção brasileira nos pênaltis, nas quartas de final do torneio, elas tiveram um caminho tortuoso até a final, com dois empates (Japão e Grã-Bretanha) e uma vitória, sobre o Chile. Na fase de mata-mata, mais um empate com o Brasil. A vitória sobre os Estados Unidos por 1 a 0, com gol de pênalti de Jessie Fleming no segundo tempo, transformou o sonho canadense em realidade. Um feito histórico que, no entanto, ainda deixou as canadenses com o título de zebras na final.

As duas defesas entraram em campo tendo sofrido apenas três gols na competição. As experientes Hedvig Lindahl e Stephanie Labbé já haviam defendido um pênalti cada na competição e estavam a postos para uma possível disputa de penalidades pelo ouro.

Ao longo da partida, o perfil ofensivo das duas equipes variou. As canadenses começaram a partida cautelosas, enquanto a Suécia avançava as suas linhas ofensivas em busca do gol. No entanto, o jogo virou após o gol da Suécia. Blackstenius manteve a “tradição” de marcar em finais olímpicas – ela havia marcado o gol sueco na derrota por 2 a 1 no Maracanã no Rio de Janeiro. Fleming, de pênalti, igualou o placar no segundo tempo.

Na prorrogação, as duas seleções seguiram um estilo de jogo mais cauteloso, apostando em chutes de fora da área, sem sucesso, mandando a disputa para os pênaltis. Mesmo com Asllani perdendo o primeiro pênalti, Lindahl defendeu duas cobranças para colocar a Suécia de novo na frente. A capitã Caroline Seger teve a chance de encerrar a cobrança, mas isolou. A cobrança regular terminou com apenas dois gols para cada seleção. Nas alternadas, Labbé defendeu a cobrança de Andersson e Grosso marcou para dar o título às canadenses.

O futuro, para as duas seleções, será de reformulação pensando no próximo ciclo olímpico. Tanto Canadá quanto Suécia devem perder jogadoras importante. As canadenses Sinclair, Labbé e Sophie Schmidt, todas acima dos 30 anos, podem se despedir da seleção antes dos Jogos de Paris. Na Suécia, Lindahl e Seger também podem abrir espaço para atletas mais jovens visando os Jogos de Paris.

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