‘Cenas horrorosas’ de aglomeração em jogo do Atlético-MG irritam prefeito de Belo Horizonte

Protocolos sanitários são flagrantemente desrespeitados em volta dos torcedores ao Mineirão

Torcedores do Atlético-MG acompanham a vitória sobre o River Plate – Yuri Edmundo/Reuters

Por Folhapress

SÃO PAULO Foi com um flagrante desrespeito às diretrizes sanitárias estabelecidas que se deu a presença do público na partida entre Atlético-MG e River Plate, na noite de quarta-feira (18), em Belo Horizonte. Houve múltiplas aglomerações dentro e fora do Mineirão, algo que incomodou o prefeito da cidade, Alexandre Kalil (PSD).

“Se era um teste, como disseram, não passou no teste”, resumiu Kalil, em entrevista à TV Globo. “O que me entristeceu foram aquelas cenas horrorosas, irresponsáveis, e o prefeito faz parte da irresponsabilidade. Não estou jogando no colo de ninguém, porque o prefeito burro foi que aceitou que eles cumpririam o compromisso que tinham com a prefeitura.”

O jogo fez parte de um plano de flexibilização das medidas restritivas no combate à Covid-19. Foi permitida a entrada de 17.003 espectadores, de acordo com o borderô da partida, mas os protocolos divulgados foram evidentemente deixados de lado, com os torcedores aglomerados ao redor do estádio e dentro dele, na maior parte dos casos sem máscara.

“Do jeito que está, não vai ter mais”, disse Kalil, que já foi presidente do Atlético-MG e celebrou brevemente o placar, uma vitória por 3 a 0 que definiu a classificação às semifinais da Copa Libertadores. “Foi bom o resultado, todo o mundo sabe, nunca escondi meu coração atleticano, mas, quando vi aquelas cenas, eu me desesperei.”

Há outro jogo com presença de público marcado para esta sexta (20), no Mineirão. O Cruzeiro vai enfrentar o Confiança, pela Série B do Campeonato Brasileiro, e o prefeito afirmou que reverá o plano de flexibilização se a realidade não for bem diferente: “A gente quer ajudar, fazer de tudo para compensar o que o pessoal passou, mas quem pode colaborar não colabora”.

Na mesma noite em que o Atlético-MG enfrentou o River Plate, também houve público no jogo entre Flamengo e Olimpia, mais um pela Libertadores. O estádio Mané Garrincha, em Brasília, recebeu 11.211 espectadores, mas, embora tenha havido registro de pessoas sem máscara, a situação foi incomparável à vivida em Belo Horizonte.

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) divulgou na semana passada um protocolo para o retorno gradativo das torcidas aos estádios, com diretrizes como distanciamento na arquibancada e exigência de comprovante de vacinação contra a Covid-19 ou teste negativo. Na prática, essa volta depende das restrições estabelecidas em cada estado.

Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) afirmou que o público será liberado a partir de novembro, sem apresentar detalhes da abertura nos campos de futebol. Já o autódromo de Interlagos, informou o governo estadual, poderá ter toda a sua capacidade preenchida no GP São Paulo de F1, marcado para 7 de novembro. A pista comporta 70 mil pessoas.

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