Decisão da Copa do Brasil diante do Flamengo coroa um trabalho de persistência de um time que nunca se curvou diante de suas dificuldades até com ameaças de torcedores contra atletas
Por Estadão
“Final não é para jogar, é para ganhar”, disse o técnico Vítor Pereira ao levar o Corinthians para a decisão da Copa do Brasil superando em casa o Fluminense por 3 a 0, um placar longe do que os 45 mil corintianos imaginavam para uma partida contra um rival bastante semelhante. O Fluminense não foi um time fácil como o marcador nos faz acreditar. O Corinthians reuniu em 90 minutos todas as qualidades e condições que seu treinador tentou montar durante a temporada e não conseguiu: força física, pressão, objetividade, qualidade técnica, posicionamento…
Foi um Corinthians como o torcedor não via há muito tempo, apesar dos bons resultados do ano e dos posicionamentos favoráveis nas tabelas da própria Copa do Brasil e do Brasileirão, por exemplo. O fato é que o Corinthians conseguiu com todos os seus problemas, como lesões, jogadores acima dos 30 anos, desgastes físicos, atletas indo embora do clube, como Jô e Willian, e torcedor vagabundo ameaçando jogadores de morte.
A vaga na final da Copa do Brasil não apaga todas essas dificuldades e a falta de planejamento do clube na temporada. Uma promessa de melhor gestão dos dirigentes pode fazer com que Vítor Pereira permaneça no Brasil por mais uma temporada. Ele sorriu após o jogo. O treinador precisa de mais ovos para fazer seu omelete, uma reclamação constante em seu trabalho.
Ele sabe que a alegria vista em Itaquera nesta quinta-feira pode não se repetir diante do Flamengo, nas partidas de ida e volta, da decisão. O rival, também do Rio, é o melhor time do futebol brasileiro. Então, não seria surpresa se ele decidisse seu futuro antes desses jogos, para não carregar o resultado, seja qual for ele, para a mesa de negociação.
Vítor Pereira já mostrou o seu valor. O Corinthians já disse “sim ” pela renovação e ele começa a repensar sua disposição de ir embora para Portugal. Na partida ‘perfeita’, o Corinthians contou com alguns jogadores em seu máximo, como Renato Augusto, Fábio Santos, Roger Guedes, entre outros. Foi uma composição de time.
Isso também comprova que semanas de trabalho são importantes, diferentemente do que pensam os dirigentes das federações e dos clubes, que assinam e concordam com os regulamentos e datas dos torneios anuais. Estão todos errados e matando nossos jogadores.
Vale ainda destacar a alegria e a fé da torcida. O torcedor, de modo geral, tem demonstrado que precisa muito do futebol para sobreviver e se divertir. Nesta temporada, o torcedor de muitos times foram bravos e fizeram sua parte, lotando e empurrando as equipes durante toda a temporada e não somente nas partidas principais.