Demora em comprar vacina é maior erro político de Bolsonaro, avalia Maia

Maia diz que a demora pode custar ao presidente a reeleição em 2022.

© Sérgio Lima/Poder360Rodrigo Maia (DEM-RJ) diz que governo busca comprar votos para eleger seu sucessor na Câmara dos Deputados

Por Poder 360

Para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o maior erro político do presidente Jair Bolsonaro é a forma como o governo federal está lidando com a compra de vacinas contra a covid-19. Maia diz que a demora pode custar ao presidente a reeleição em 2022.

Esse é o tema que pode gerar o maior dano de imagem. As pessoas estão começando a entrar em pânico, em desespero”, disse em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo publicada neste sábado (12.dez.2020).

Maia afirmou que a vacina contra a covid-19 “é o ponto mais crítico do governo”.

A demora na compra da vacina é o maior erro político de Bolsonaro. Esse é o tema que pode gerar o maior dano de imagem para o presidente. Faz voltar na memória das pessoas todos os erros do governo, desde o início da pandemia. Isso pode impactar o projeto de reeleição”, falou.

E aí ele isenta a importação de armas. Precisa tratar sem paixão, sem ideologia, esquecer o conflito com o governador de São Paulo.

Ao ser perguntado sobre a fala de Bolsonaro de que o Brasil deve deixar de ser um país de “maricas”, Maia disse que “ao longo do tempo, as pessoas vão vendo que o presidente tá errado”. “Tá errado desde o início, quando ele disse qye era uma gripezinha”, declarou.

Você pode ter certeza que o que o [Eduardo] Pazuello [ministro da Saúde, diagnosticado com covid-19 em outubro] passou foi mais grave do que ele deve estar falando. As pessoas vão tendo, as famílias vão pegando, perdendo seus parentes.

Pazuello foi internado no Hospital DF Star, em Brasília, em 30 de outubro, depois de piora no seu estado de saúde. Teve alta hospitalar em 3 de novembro.

SUCESSÃO NA CÂMARA

O deputado deixará a presidência da Câmara em fevereiro. O STF (Supremo Tribunal Federal) vetou uma nova candidatura de Maia. O grupo político do congressista ainda deve escolher um candidato para rivalizar com Arthur Lira (PP-AL), que já lançou sua candidatura e vem construindo sua base de apoio há meses.

Segundo Maia, o governo federal está criando um “balcão” de negócios na Casa para eleger o seu sucessor ao tentar comprar votos com cargos e emendas.

É muito óbvio que não é a pauta econômica que faz o presidente rasgar o que falou ao longo da campanha: que não iria interferir no outro Poder, que o Brasil foi destruído pelo toma-lá-dá-cá, pela troca de cargos, pelas as emendas, e que isso levava à corrupção”, disse.

O governo deixa claro qual é sua prioridade, que não é a pauta econômica. Ele quer a pauta de costumes, do voto impresso, para desqualificar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ele quer essa pauta que foi travada nos últimos 2 anos pela minha presidência e pelo apoio que eu tenho.

Maia afirmou que existe um limite para que os congressistas se posicionem ao lado do governo.

Da forma como Bolsonaro está entrando, com o Palácio recebendo parlamentares, oferecendo emendas, dessa forma muito escrachada, ele vai acabar tendo, no pós-eleição, uma Câmara muito mais dividida do que ele tem hoje. Corre o risco de ter um ambiente muito menos confortável para as pautas que, de fato, são relevantes.”

Segundo o deputado, a maioria dos congressistas não que voltar ao passado, “onde a troca [de favores] prevalecia à pauta”.

Sobre seu futuro na política, Maia disse que participaria de um governo que confie. “E que eu participe do processo de construção, no ministério, numa coordenação, na articulação de alguma área”, declarou.

Temos que juntar o Doria, o Huck, o Ciro Gomes, o PSB do Paulo Câmara, do Renato Casagrande. Todos os partidos queiram estar aqui nesse campo de centro. Até o PT.

PAULO GUEDES

Desde 2019, quando Paulo Guedes assumiu o Ministério da Economia, a relação entre os 2 foi de altos e baixos. Questionado se Lira se daria melhor com o ministro, Maia respondeu: “Quem me deu a melhor frase sobre o ministro da Economia foi o próprio Arthur Lira. No início do governo a gente teve uma conversa e o candidato do Bolsonaro disse para mim: ‘Rodrigo, esquece o Paulo Guedes, o Paulo é um vendedor de redes’”.

Parece que é um vendedor de redes mesmo, né? Nada acontece”, falou Maia.

O Paulo Guedes está errado. O Paulo Guedes está sendo ingênuo. O governo quer outro presidente da Câmara para interferir na pauta de costumes. Na pauta econômica não precisa interferir de forma nenhuma.

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