Com a decisão, a atual fase emergencial foi prorrogada até 14 de junho.
Por Estadão
Como adiantou o Estadão, o governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira, 26, um recuo na flexibilização do horário de funcionamento e de ocupação máxima do comércio, restaurantes, shoppings e serviços prevista inicialmente para começar em 1º de junho. Com a decisão, a atual fase emergencial foi prorrogada até 14 de junho, com a abertura desse setor entre as 6 e as 21 horas e com ocupação limite de 40%, “exatamente nos moldes que vem operando atualmente”, destacou. “Indicadores pandemia recomendam cautela neste momento”, declarou. Além disso, anunciou a vacinação da população de 50 a 54 anos a partir de 2 de agosto e das pessoas de 45 a 49 anos depois de 17 de agosto. Acompanhe a coletiva ao vivo no vídeo abaixo:
João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência, afirmou que o recuo é uma “medida de segurança”. “Não seria conveniente neste momento esta flexibilização, que seria iniciada no dia 1º (de junho).”
Também foi anunciado o início da imunização de trabalhadores de transporte aéreo dos aeroportos de Guarulhos, Congonhas e Viracopos em 28 de maio, data em que também começará a ser vacinado o grupo de pessoas com deficiência permanente e com comorbidades de 40 a 44 anos. Na terça-feira, 1º, será a vez dos portuários.
A coordenadora geral do Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula, destacou que o quantitativo atual de vacinas não é suficiente para todo o grupo de portuários e trabalhadores do setor aéreo, grupo prioritário estabelecido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Precisamos de mais doses.”
A previsão é que a população de 55 a 59 anos seja vacinada a partir de julho.
São Paulo terá eventos-teste em feiras de negócios, festas e eventos sociais
Doria anunciou mais detalhes sobre a realização de 10 eventos-teste em ambientes controlados previstos para junho, com testagem na entrada e monitoramento posterior de participantes. A iniciativa é inspirada em exemplos internacionais com propostas variadas para analisar as chances de transmissão do vírus da covid-19 em aglomerações controladas.
Os eventos terão “diversos tamanhos”, com acompanhamento de epidemiologistas e ocorrerão na Baixada Santista, no interior, na capital e em outras cidades da região metropolitana, em parceria com a iniciativa privada. Serão eventos sociais, feiras de negócios, feiras criativas e festas. “Não é retomada, não é abertura, é monitoramento científico”, afirmou a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen.
Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Covid-19, disse que esse tipo de iniciativa é uma experiência para identificar “caminhos para uma vida mais próxima daquilo que a gente gostaria”. “Ainda precisamos aprender muita coisa sobre como conviver com esse vírus.”
Estado de SP está em curva ascendente de casos de covid-19 e internações
Na coletiva de imprensa, o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, destacou que o Estado teve um incremento de 8,3% em casos e de 7,8% em internações em uma semana.
O Estado está em curva ascendente na média móvel (calculada com base nos últimos sete dias) de novas internações desde 6 de maio, quando registrava 2.195. Na terça-feira, 25, a taxa foi de 2.595 novas hospitalizações ligadas à covid-19 por dia, semelhante à registrada em meados de março e superior ao recorde de 2020, que foi de 1.972 em 16 de julho.
Situação semelhante é identificada em casos da doença. A média móvel de casos também está em curva ascendente, desde 8 de maio, quando era de 11.320 novos registros por dia. Na terça-feira, 25, ela chegou à taxa de 13.940 novos casos diários, semelhante à registrada em meados de março e superior ao recorde de 2020, que foi de 11.298 em 31 de julho. O pico deste ano foi em 1º de abril, com 17.933.
A ocupação média de UTI é de 80,5% (redes pública, privada e filantrópica), enquanto é de 63% em enfermaria. Ao todo, o Estado tem 109.241 óbitos e 3.226.875 casos confirmados do novo coronavírus.
Nas últimas semanas, o País têm registrado aumento no número de casos e internações. Um dos principais dados é a média de diagnósticos por dia, que está acima dos 65 mil positivos, acréscimo de 8% em 14 dias. O avanço em registros leva a risco maior de contaminação e de internação, ampliando a pressão sobre o sistema e a possibilidade de óbitos.
Na capital paulista, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, seis hospitais da administração pública ou com leitos contratados estão com 100% de seus leitos ocupados. E a rede particular também já se preocupa. O Hospital Israelita Albert Einstein se prepara para a abertura de 60 novos leitos na primeira quinzena do próximo mês como medida preventiva. No Sírio Libanês, o aumento na segunda-feira, 24, na comparação com o dia 17, foi de 23%, saltando de 141 casos para 174 em uma semana.
Dados pendentes da Butanvac serão enviados até fim da semana, diz diretor da Fundação Butantan
O governador Doria fez um apelo na coletiva que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) libere o início dos testes em humanos da vacina Butanvac, desenvolvida por pesquisadores do Instituto Mount Sinai, de Nova York, que será fabricada no Instituto Butantan com insumos nacionais. “Apelo para que a Anvisa libere já, na primeira semana de junho, a testagem da Butanvac”, afirmou.
Diretor executivo da Fundação Butantan, Rui Curi esclareceu que dados exigidos pela agência serão remetidos até o fim desta semana. Por isso, a expectativa é que a autorização ocorra no começo de junho.