As atrizes Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank, apresentadoras do Quem Pode, Pod – Reprodução
F5
Depois de Klara Castanho, Giovanna Ewbank, Virginia Fonseca e tantas outras celebridades, foi a vez de Lívian Aragão. No último dia 27 de março, a filha de Renato Aragão passou a comandar o Vibe Boa, um podcast em que conversa com outros famosos a respeito de assuntos amenos, como se fosse uma reuniãozinha entre amigos, só que gravada.
Ao F5, a jovem, que já tinha canal no YouTube desde 2014 e 2,4 milhões de seguidores no Instagram, diz ver no novo programa uma oportunidade de mostrar mais de seu potencial em um formato diferente de mídia. “Recentemente tenho feito muitos trabalhos como apresentadora, e o podcast veio para somar mais uma função”, comenta.
Ela também afirma que, mais que necessariamente aprofundar-se na intimidade dos entrevistados, um dos motivos para entrar nesse universo, é que os ouvintes saibam mais sobre ela própria. “Eu acho que as pessoas conhecem os meus lados de influenciadora e atriz, mas conhecem pouco sobre mim”, explica.
Para a estudante de marketing Giulia Santana, 20, que é ouvinte diária de podcasts no deslocamento para a faculdade ou para o trabalho, Lívian concretiza os dois objetivo, além de deixar no público a sensação de misturar entretenimento com conteúdo. “Acho um formato verdadeiro”, elogia. “Gosto de escutar as histórias de vida e conhecer as trajetórias em profundidade.”
Assim como o Vibe Boa, a maioria dos programas do gênero são de entrevistas com outros famosos, mas sem o peso jornalístico da palavra. A maioria tenta fazer com que o convidado fique tão à vontade que acaba soltando algumas informações que nunca havia dado antes —alguns com mais ou menos sucesso.
O PodDelas, apresentado pelas modelos e influenciadoras Tata Estaniecki e Boo Unzueta, é um dos principais exemplos em que isso costuma funcionar. Foi lá que Bruna Marquezine virou meme ao imitar uma patricinha paulistana (“meu nome é Paola”) e onde Fernanda Gentil revelou segredos sobre seu relacionamento na última terça-feira (4).
E nem só de banalidades vive a pauta desses programas. “Nós vamos voltar a nos reunir no final de semana e comer um churrasquinho com uma picanhazinha, tomando uma cerveja gelada”, disse Lula no Flow Podcast, apresentado pelo youtuber Igor Coelho. Às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, o podcast também contou com a presença de Jair Bolsonaro, que tentava a reeleição.
Mas o que explica o prestígio dos podcasts? Como conseguem espaço na agenda de tantos convidados importantes e ocupados, que nem sempre estão disponíveis para atender à imprensa, por exemplo?
Para Zico Goes, que foi diretor de desenvolvimento de produções nacionais da Disney e agora também começou a se aventurar no mundo dos podcasts, a moda que começou no Brasil em 2018 e ainda está em alta pode ser explicada em três pontos: visibilidade, descontração e engajamento.
Produtor de um projeto com o ex-jogador de futebol, locutor e ex-colunista da Folha Walter Casagrande, ele diz que os podcasts são mais uma oportunidade para as celebridades aparecerem na mídia. Além disso, a acessibilidade é democrática. “Não é difícil chamar um convidado e gravar um podcast em um cômodo de casa, ainda que os grandes sejam transmitidos em estúdios de gravação”, explica.
Outro ponto é que, na maioria das vezes, as conversas são descontraídas e os convidados e apresentadores estão ali para compartilhar o que consideram interessante e o que acham que pode ser comentado pelo público. Além disso, estão entre amigos, o que faz com que se abram com maior facilidade.
Os ouvintes também mandam perguntas e comentários, trabalhando quase como “coprodutores” do programa. É comum ver podcasts com grande visibilidade, como o Podpah, nos trendings topics do Twitter durante a transmissão ao vivo, e as revelações mais bombásticas podem render comentários durante vários dias. A resposta de Sasha sobre a suposta ausência de ânus em seu corpo ou o ficante de Tina do Carnaval foram alguns deles.
Zico diz ainda que, para as produtoras, assim como em qualquer projeto do audiovisual, a escolha de investir em um novo podcaster é pautada tanto pela intuição quanto pela razão. “Não é possível prever se vai dar certo, mas sempre estamos procuramos talentos que possam trazer algo bom”, conta.
Ou seja, para os interessados em ter seu próprio podcast, apesar da praia lotada, talvez ainda haja espaço para surfar nessa onda.
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