Estudo vai investigar eficácia de corticoide para casos leves a moderados de covid.

Serão avaliados pacientes internados nas unidades Paulista e Vergueiro do hospital e em um dos hospitais escola da Faculdade de Medicina do ABC, que é parceira no estudo.

© Gabriela Biló/Estadão

Por Estadão

Pesquisadores do Hospital Alemão Oswaldo Cruz vão iniciar nesta quinta-feira, 1º, um estudo com o corticoide prednisolona (Predsim) para o tratamento de casos moderados e leves de covid-19, mas com necessidade de intervenção hospitalar. A pesquisa será realizada com 370 pacientes e a previsão é de que os resultados sejam divulgados em fevereiro de 2021.

Serão avaliados pacientes internados nas unidades Paulista e Vergueiro do hospital e em um dos hospitais escola da Faculdade de Medicina do ABC, que é parceira no estudo. O objetivo é evitar que os pacientes evoluam para quadros graves e reduzir o tempo de internação deles.

Os corticoides já são uma classe de medicamentos reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o tratamento de quadros graves da doença e a entidade passou a recomendar o uso nessas situações após a publicação de estudos com três medicamentos da classe: dexametasona, hidrocortisona e metilprednisolona.

A investigação do Hospital Oswaldo Cruz vai ter como foco a prednisolona por seus resultados positivos no tratamento de doenças pulmonares como a asma e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

“Saiu o estudo da dexametasona, mas nós, pneumologistas, usamos mais a prednisolona por confiar mais nesse tipo de corticoide como anti-inflamatório pulmonar. Com a tempestade de citocinas, os pacientes apresentam um processo inflamatório pulmonar importante. Como tem outros estudos com pacientes graves, estamos estudando os pacientes mais leves e moderados”, explica Elie Fiss, pneumologista do hospital e pesquisador sênior responsável pelo estudo.

Fiss alerta que o foco não é em pacientes que não necessitam de atendimento médico ou que são assintomáticos e que as pessoas não devem se automedicar. “É um estudo com pacientes que estão precisando de cateter de oxigênio, que tiveram queda importante do estado geral, com pouco comprometimento pulmonar, mas que não precisam de UTI. O uso em outras fases da doença é desconhecido e não é recomendado.”

Metade dos pacientes vai receber o medicamento durante sete dias e a outra receberá o tratamento convencional do hospital, em que o paciente pode tomar analgésico e antitérmico, dependendo dos sintomas que apresentar.

“Basicamente, é o tempo médio que a gente usa com asma e enfisema pulmonar. É um medicamento simples, que todo mundo conhece. Esta é uma dose de curta duração e não tem grandes efeitos colaterais em grande prazo. A minha esperança é de que esse tratamento ajude a evitar que pacientes leves a moderados precisem de UTI, mas precisamos comprovar e é por isso que fazemos pesquisas.”

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