IDF afirma que barragem de foguetes disparada contra território israelense teria passado nas imediações do compelxo hospitalar no momento em que foi atingido; grupo extremista nega acusação
O GLOBO
Um porta-voz das Forças Armadas de Israel informou nesta terça-feira que o grupo extremista Jihad Islâmica foi o responsável pelo disparo que atingiu o Hospital Árabe al-Ahli, na Cidade de Gaza. A explosão — que o Hamas atribuiu a Israel — deixou ao menos 500 mortos, segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde. Após a divulgação da informação, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu escreveu que “o mundo inteiro já sabia”. O grupo extremista negou as acusações e rebateu: “mentiras e invenções”.
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As Forças Armadas israelenses afirmaram que, de acordo com análises operacionais, uma barragem de disparos de foguetes inimigos teria sido feita contra o território do Estado Judeu e que tal ataque teria passado pelas imediações do complexo hospitalar, quando foi atingido.
“Segundo informações dos serviços secretos e de várias fontes que temos, a organização terrorista Jihad Islâmica é responsável pelo disparo frustrado que atingiu o hospital”, informou o Estado de Israel na rede X (antigo Twitter).
Breaking: IDF Spokesperson
From the analysis of the operational systems of the IDF, an enemy rocket barrage was carried out towards Israel, which passed through the vicinity of the hospital when it was hit.
According to intelligence information, from several sources we have,…
— Israel ישראל 🇮🇱 (@Israel) October 17, 2023
Após a divulgação da informação pelas forças israelenses, Netanyahu manifestou-se nas redes sociais. Em uma publicação no X, o primeiro-ministro disse que “o mundo inteiro já sabia” que a explosão não havia sido causada pelas Forças Armadas israelenses, mas sim pelos “terroristas bárbaros em Gaza”. Ao final da publicação, o primeiro-ministro escreveu: “aqueles que assassinaram brutalmente os nossos filhos, também mataram os seus”.
A resposta de Netanyahu faz referência à acusação do Hamas. Mais cedo, o Ministério da Saúde de Gaza, controlada desde 2007 pelo grupo, disse que a explosão havia sido causada por ataques aéreos israelenses. Pouco depois, a Defesa Civil Palestina acusou o Estado Judeu pelo “massacre sem precedentes”, equiparando-o “a um genocídio”. O Ministério das Relações Exteriores do enclave palestino também se manifestou, afirmando que a explosão foi um “massacre a sangue frio”.
A Jihad Islâmica negou que tenha sido responsável pela explosão ao complexo hospitalar de Gaza e rebateu as acusações. O porta-voz do grupo, Daoud Shehab, disse em entrevista à Reuters que a acusação “é uma mentira e uma invenção” e que a mudança na narrativa seria uma tentativa do Estado Judeu de encobrir “o massacre cometido contra civis”.
—Isso é uma mentira e uma invenção, é completamente incorreto. As Forças Armadas de Israel estão tentando encobrir esse crime horrendo e o massacre cometido contra civis — afirmou à agência.
O grupo extremista é próximo do Hamas e atua principalmente em Gaza, embora esteja presente também na Cisjordânia. Além de se opor à qualquer negociação com Israel e rejeitar os Acordos de Oslo, a organização é considerada terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.
Segundo a agência de notícias al-Jazera, o cenário na unidade de saúde era “catastrófico”. Além dos mortos, há ainda pessoas sob os escombros dos edifícios destruídos. Organizações humanitárias se manifestaram contra a explosão, enquanto a Rússia e os Emirados Árabes Unidos chegaram a solicitar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para esta quarta-feira.
Manifestações explodiram em algumas cidades da Cisjordânia, como Nablus, Tulkarem e Jenin. Em Ramallah, onde está sediada a Autoridade Nacional Palestina (ANP), os manifestantes pediram a destituição do presidente Mahmoud Abbas — que decretou luto de três dias pela tragédia. O protesto terminou em confronto entre as forças de segurança da ANP e os manifestantes. Desde o útlimo sábado, quando o Hamas cometeu o pior ataque terrorista da história de Israel, a região tem visto o conflito escalar dentro do seu território.
A explosão aconteceu horas antes da chegada do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Tel Avivi. O líder americano desembarca nesta quarta-feira em Israel para se encontrar com o primeiro-ministro israelense. A viagem foi anunciada pelo secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.