Inconformados com falas sobre Covid, médicos organizam abaixo-assinado contra CFM e Bolsonaro

Um grupo de médicos se reúnem em grupos de Whatsapp para recolher assinaturas pela democracia 

O presidente Jair Bolsonaro. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Por Estadão

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Um dia após o presidente Jair Bolsonaro participar de evento no Conselho Federal de Medicina (CFM) e novamente propagandear remédios sem efeito contra a Covid-19, um grupo de médicos começou a organizar um abaixo-assinado contra a entidade.

Profissionais organizaram grupos de WhatsApp para recolher assinaturas ao documento elaborado pela Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia. Nas mensagens, muitos deles se dizem contra o PT, mas ainda assim críticos a Bolsonaro e ao CFM.

O texto do manifesto diz que o CFM é uma autarquia pública fundada em 1951 com a finalidade de zelar pela ética e boa prática médica. Sob esse aspecto, de acordo com o grupo, “não há como justificar o convite e apoio político explícito a um candidato a reeleição, que, enquanto Presidente da República de um país assolado por uma grave pandemia, minimizou seus riscos, defendeu e promoveu tratamento comprovadamente ineficaz contra a COVID-19, desestimulou o uso de medidas não farmacológicas eficazes na prevenção da transmissão da doença, como uso de máscaras e isolamento social, debochou de pessoas que morreram com falta de ar, atrasou a compra de vacinas e jamais prestou qualquer solidariedade às centenas de milhares de vítimas da doença ou aos seus familiares”.

A conduta do governo, ainda de acordo com o manifesto, colocou o Brasil entre os países com maior taxa de mortalidade por Covid.

“Entendemos que o CFM incorreu em desvio de finalidade ao promover esta reunião amplamente divulgada pela mídia.
Defendemos o SUS Universal e 100% Público. Defendemos a Vida. O CFM não nos representa!”, diz o documento.

A mobilizacão ocorre na mesma semana em que a PGR informou não ver motivos para investigar Bolsonaro e outros membros do governo denunciados na CPI da Covid.

O CFM é presidido por José Hiran da Silva Gallo.

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